sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Um varal de cachorros

          E porque já escrevi sobre a Menina, o Tixo e a Ximbica, e não quero ser injusta me pego escrevendo sobre os cacchorros que já tive. Foram muitos.
          Miss, a que ria e mordia todos que fossem na nossa casa. A princípio recebia sorrindo, quando a pessoa virava de costas ela mordia. Mesmo. Foi numa dessas que ela arrancou o veu de uma freira que foi lá em casa. Mamãe sempre lembrava de como a freira rapidamente o recolocou. Tão rápido que nos frustrou, uma vez que não deu nem tempo de ver se ela era careca ou não. A dúvida continua. Serão as freiras carecas?
          Playboy, o mais inteligente de todos. Dócil, amigo, fanfarrão e amante de Angela. Acreditem se quiser, mas Playboy abria o portão. Me levava e me buscava no ponto de onibus para  a escola. O Miserinha. Ligava o ventilador e tinha mais filhos dele no Grajaú do que  de qualquer outro.
          Cotão e Graninha, dois pastores alemães que , segundo a mamãe cantavam ópera. Meus pais ouviam óperas nos finais de semana e eles dois uivavam muito. Também uivavam quando alguém morria. Era uma questão de uma ou duas horas e passava um cortejo fúnebre em frente da nossa casa.
          Reise e Chueca, duas foxes do balacobaco!
          Fafá, a amiga inesquecível.
          Polo e Lua, branquinhos e peludos a correr atrás das bolas que mano arremessava.
          Shakti do mano.
          Snoopy, o cão mal humorado mas lindo que era do meu pai em Itaipava.
          Snoopy, again, do meu irmão e da minha mãe em Itaipava. Um malandro. Fugia e ia para a casa da Fátima, nossa vizinha e amiga. A mãe dele era dela. Freud explicaria...
          Mulata Bossa Nova, a mais linda que tivemos. Seu nome era Susie, mas eu mudei. Ela parecia uma mulata de olhos verdes. Era amiga e pura candura. Enorme no tamanho e na meiguice. Me arrependo de te-la dado quando mamãe faleceu. Coisas de ordem prática. Uma pena!
          Arikanduva levou uma tamancada da Pat, com sua eterna TPM e, antes que se tornasse rotina, Marina deu para Carlos, o nosso porteiro da noite.
          E, Max José. Um pincher preto e manco. Querido até dizer chega. Entende meus gestos e se comunica comigo pelo olhar. Assim com o Tixo já viajou bastante com a gente de carro. Um doce! Late estridente  e forte, sem sair debaixo da coberta.
          Hans,o de  nome alemão, porque era do meu biso Johannes. O vovô João. Pai de Emília, là em Campo Grande. Um perdigueiro. A sombra do meu biso. Onde ele estivesse Hans estaria atrás. Sempre.
         Cachorro vai, cachorro vem a gente vai tentando entender o que seria das nossas vidas sem estes entes que só amor sabem nos transmitir.São alegres e incansáveis no amor aos donos. Acho que Deus mandou os cães para que nós, humanos, aprendessemos com eles o amor incondicional. Ou, para que um fotógrafo muito especial tivesse a idéia de fotografá-los num varal...

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