como é difícil e, ao mesmo tempo importante, que ajamos com dolo.
Recebi mais um email da Ana que me fez pensar. E, como sempre, por causa de uma palavrinha apenas.Aprendiz das letras, lá vou eu como um Sherlock Holmes empunhando uma lupa, pensar no tal do lodo.
Não que eu ache ruim este mental todo, mas às vezes o exercício cansa. Ou não. E ainda te dá material para mais uma conversa.
Anos atrás conversava com a Bia sobre a adolescência e a necessidade que o jovem tem de impor sua maneira de ser aos pais sob pena de não o fazendo, tornar-se um mero repetidor dos mesmos.Lembro me de na hora pensar na “demarcação de território” assunto que a Clarissa disserta tão bem.E pensar comigo mesma ser saudável tal atitude.
Escarafunchando mais um pouco pensei ser na adolescência que se vai adquirindo o tal do dolo. É o tempo no qual agimos com vontade própria. Agimos então, em decorrência da própria decisão. E os pais? Enlouquecem. Afinal vinham até então mantendo o “controle” das coisas. Será?
Dolo, doloso (linguagem usada na Justiça referindo- se por exemplo a um crime), adolescer, adolescente...Penso ser muito tênue este momento. Lembram do índio queimado vivo por adolescentes em Brasília? Um momento difícil.Talvez o mais difícil para os pais. Momento em que o dolo pode se tornar doloso, num piscar de olhos.
Dolo, doloso (linguagem usada na Justiça referindo- se por exemplo a um crime), adolescer, adolescente...Penso ser muito tênue este momento. Lembram do índio queimado vivo por adolescentes em Brasília? Um momento difícil.Talvez o mais difícil para os pais. Momento em que o dolo pode se tornar doloso, num piscar de olhos.
Só não podemos temer a hipótese e seguirmos a vida como papagaios a repetir gestos e palavras sem que coloquemos a nossa marca, a nossa impressão. Cautelosos, sim. Alias, sempre! Do contrário pagaremos um preço altíssimo.
Dia destes num almoço de domingo, conversávamos sobre as possibilidades de ação. Lalá perguntava se não seria melhor agir com impulso. E tentava convencer a Ju, que é mais moderada. Conversa vai , conversa vem, a coisa ficou mais ou menos como receita. Vive se com impulso desde que este não nos torne kamikazes e vai se alternando com moderação, desde que esta não nos mate antes da hora.
Ponderando, ora aqui ora acolá, quem sabe a gente segue com o tal do dolo. O dolo bom, eu diria. Aquele que faz com que a gente se sinta eterno adolescente. O mesmo que fez com que Lalá me trouxesse do Canadá uma plaquinha discarada que diz:" I'm still a hot babe, but now it comes in flashes." Moderados ousados???
É amiga, o perigo está na banalização, como nos advertiu a Arendt...
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