terça-feira, 13 de julho de 2010

De quando não cuidei

          
           Anos atrás, numa época em que precisei fazer dinheiro, montei uma empresa com uma amiga, Mavianne, para prestar serviços diversos. Fazíamos de tudo um pouco. Pegar crianças na escola e levar para suas casas, levar e buscar adolescentes em festas, levar crianças ao dentista, ao terapeuta, arrumar gavetas de singles que não tinham tempo, acompanhar idosos às compras, e, porque não, servir eventualmente de baby sitter para bebes cujos pais precisavam se divertir um pouco.

          Assim foi que um dia uma jovem senhora nos contratou para ficar com seu filhinho de cinco anos para que ela e seu marido pudessem ir ao teatro assistir o grande Ney Matogrosso. Vivi já tinha compromisso agendado e, então, fui eu para o endereço fornecido depois de ter acertado preço, que não foi baixo, considerando que era um sábado a noite. Já falei em outras postagens que sou um pouco atrapalhada , porém bem intencionada.

         Logo que cheguei já fui gostando da moça e, claro, do garotinho. Conversa vai, conversa vem, descobrimos coisas em comum, o que me fez sentir que a mãe pode ir sossegada, confiante demais em mim, o que era ótimo para o meu trabalho. Gente, não deu dez minutos e eu fui jogar algo na lixeira do prédio e a porta bateu. Isso mesmo, bateu e eu fiquei do lado de fora e o garotinho do lado de dentro. Pânico geral!! Vivi, socorro, vem aqui!!!!Mas como foi isso? Não sei, vem! Chegou ! Vivi você tem aquelas balas no carro? Sobe com elas. Eis que neste momento sai do apartamento ao lado uma vizinha e me cumprimenta. Oi! Oi, tudo bem? Sou tia dele e a porta bateu. Tia? É tia distante, moro em outra cidade. A porta bateu e o coitadinho tá lá dentro sozinho, mas tá tudo sob controle. E que vozerio é este? Ah! Nada não é a minha filha que está lá de baixo jogando balinhas para ele. Mas ele não come balas! a mãe não deixa! Ela não precisa saber, quer dizer, é uma situação atípica. Voce vai contar?      
          Eles tem que voltar, eles tem que voltar. Peço desculpas, não cobro e me mando a 120. Duas  horas comendo balinhas e sentado do lado de dentro da porta e haja conversa! Seu herói favorito, seus amiguinhos, seu sorvete preferido etc, etc. Rola uma promessa de levá-lo ao Mc dia daqueles para me redimir da falta de cuidado. E, o coração quase sai pela boca quando escuto o casal subindo as escadas. Pasmem... Ainda tem gente compreensiva neste mundo. O casal não só não se zangou, como riu e ainda insistiu em me pagar (coisa que eu já nem cogitava).
          Moral da história... Ás vezes um casal precisa se afastar um pouco da rotina e curtir um pouco, seja a que preço for. Sorte a nossa, Vivi vamos embora. Dias depois eu ligo e insisto em levá lo ao Mc. Promessa é dívida. A mãe com toda delicadeza me diz que prefere que ele não coma gordura trans. No que eu concordo e ainda concluo dizendo : Isto é muito bom; assim como evitar um pouco os doces e as balas. Atrapalhada, ás vezes. Bem intencionada, sempre.......


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