quarta-feira, 30 de março de 2011

Portas de saída desse caos instalado

          Ana, aquela minha amiga que é a reencarnação de Vasaliza, a sabida. A bruxa das vassouras escreveu esta frase em seu blog num texto onde ela divulgava trabalhos de um salão de artes de Uberlandia, se não me engano.
Mas porque a frase teve tanto impacto em mim?  fico me perguntando.
Sabido é que a arte é um , se não o maior dos caminhos para se alcançar Deus. E quando me atrevo em falar de Deus aqui, sob pena de ser questionada ou vaiada, quero falar do "reino dos céus" tão almejado por todos nós.
O reino dos céus!!! Segundo Leonardo Boff aquele momento em que tudo está bem dentro de nós e então se estende para o externo. Aquela bem aventurança que o Dalai lama tanto nos aponta através da entrega ,do sossegar-se, da meditação. AUMMMMM.  O vazio pleno que é base do budismo e que Marconi tanto insiste conosco.
Talvez a frase tenha me chamado a atenção por ser inteligente e esclarecedora demais para mim neste momento. Digamos que estou num momento de vida, delicado. Muitas coisas na cabeça , tentando viver cada dia de uma vez e correndo atrás do prejuízo nas horas vagas. E, não é que me pego arrumando um tempinho para pintar? Sim. Para pintar. Ou para estar aqui com este meu amiguinho colocando a cabeça para fora da tal porta de saída. Venho de uma família de mulheres talentosas. Na minha familia as mulheres, trabalhavam, tocavam piano, bordavam,costuravam, reformavam, crochetava, tricotavam, forravam bolsas e sapatos para o próximo casamento, repaginavam móveis em D'capê, forravam caixinhas , montavam abat jours, cobriam as janelas com cortinas novas de tres em tres anos e faziam seus biscoitos ,presentes e  enfeites de natal. Muitas vezes fui com minha avó ofertar um pote de biscoitos ou compota num vidrinho comum enfeitado com um retalhinho de pano na tampa a uma vizinha ou amiga ouvindo  minha avó dizer, piscando os olhos:_____ Para adoçar sua vida!
Assim sendo me lembro da vida dura que minha mãe teve e quanto teve que terapizar se através de bordados feitos até altas horas da noite. lembro me também de quantas vezes eu e depois minhas filhas ganhamos  de natal  da vovó roupinhas novas para as bonecas.
Diferente  das minhas ancestrais não me dou bem com as agulhas. Lanço mão então dos pincéis e ponho minhas emoçoes, cansaços, alegrias e tesão nas minhas telas.
 Ou venho aqui para o blog abrir um pouco as portas de saída. Uma catarse! E neste gesto de arejar a " minha morada", o caos se desinstala um pouco e Ufa! não é que já estou  rindo outra vez?
Só mais uma da Emília. Ela tinha a assinatura da revista Seleções e, como tem um coluna nesta revista onde se contam piadas entitulada Rir é o melhor remédio, não precisa falar aqui qual era a coluna que minha avó lia antes de qualquer outra.
Tá rindo disso? Eu também !
PS. Enquanto escrevo este texto atendo a ligação da tia Irene, minha madrinha e filha da Emília perguntando se Jully tem poupança. "Sabe como é minha filha, quero por um dinheirinho todo mes para ela. Afinal a gente não sabe do dia de amanha e um dinheirinho extra pode abrir portas"
Começo a rir no telefone e ela não entende o porque.
Termino a ligação dizendo: Claro tia, é sempre uma porta de saída.
Amém!

Um comentário:

  1. Portas de saída...
    Para uma claustrofóbica, como eu, é só o que não pode faltar. Sei que essas portas, na verdade, estão em nós, mas às vezes as vemos noutras pessoas, noutros lugares, noutras atividades...Tá valendo. O importante é que as achemos e possamos sair...correndo...
    PS. Também li Seleções...hehehe...E li um artigo que dizia: fale, mesmo que vc ache que não é importante. Penso nisso até hoje. E tb acho que foi bem ali que aprendi que Rir é o melhor remédio...hehehe...

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