"O tempo dos maduros". Acho linda esta frase! Não gosto da frase "Melhor idade". Me soa como um grande deboche. Um favor.
Ainda ontem repensava a minha vida através dos filmes que vi e que amei. E, claro, Dr. Givago me tocou profundamente. Ele, o Omar e a Julie Cristie, a artista mais bonita que o cinema já teve. Me lembrava a minha bisavó Tereza com seus traços fortes. E, a história do filme me tocava de um modo que só mais tarde vim a entender o porque. Givago e Lara. Uma versão de João e Tereza ( meus bisavós queridíssimos ). Seus destinos marcados por uma guerra. Um eternal love affair. Uma filha, a grande Emily Gaumitz que não se vai dos nossos corações jamais. E é bom que seja assim. É um prazer te-la aqui dentro. Quantas vezes assisti o filme e quantas vezes ao ver as cenas dos dois amantes na cama pensava em meus bisavós! No fundo a gente sabe tudo. Ainda que crianças a gente saca tudo. Afinal faz parte do nosso campo mórfico. Um inconsciente familiar permeia nossa vida e nossas relações.
Isso tudo ficou muito claro para mim depois de uma viagem de navio que fiz onde sentimentos que não eram meus tomavam conta do meu ser ..Mais tarde conversando com Maria Alice e tia Irene, as memórias da minha família, soube de acontecidos em alto mar à minha outra avó. A vó Juliana.
Num texto anterior entitulado "Cade nós"? eu falava da permanencia de uma beleza que vem de dentro, que vem da aceitação de si própria. Um envelhecer digno. E postei uma foto de Fernanda Monte Negro.
Ilustro então este texto com fotos de Julie Cristie, a inesquecível Lara.
Neste momento estou ouvindo Ernesto Cortazar tocando O tema de Lara.
Há momentos que valem por uma eternidade.
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