segunda-feira, 21 de junho de 2010

Uma metáfora

        

       Interessante esta coisa de crescer. Ir crescendo até ficar grannnnnnnde. Mudar, experimentar, ousar, espalhar, alargar, desenformar, expandir, construir se. E de repente notar que não mais nos alcançamos. Que antigos sapatos não nos servem mais. Que aquele casaco da juventude não fecha mais ou encurtou nas mangas. Que aquela caixa onde outrora nos guardamos, na ilusão de estarmos seguros, está com a tampa levantada porque não fecha mais. Que aquele cobertor que gostávamos tanto, deixou de ser cobertor porque ficou curto e , assim , não aquece mais.
         Sabe quando a gente tem uma lembrança de uma casa da infância que nos parecia enorme e depois de adultos voltamos ao local e a casa já não parece mais ser tão grande?
Enquanto bebes que fomos, fizemos muitas refeições usando uma colher pequenina, a mesma que hoje usamos somente para comer sobremesa. Nos tornamos um cupcake que cresceu e saiu da sua forminha original. Tudo isso é metáfora e tudo isso sou eu... Sou uma metáfora...
        Uma ponte poética que o amor que ressoa em mim constrói e que faz ligação entre coisas e conceitos. Que também são meus ou eu.... Uma metáfora.... um recurso que o filósofo que me habita insiste em usar para elucidar minhas questões....Uma metáfora. Uma grannnnnnnde metáfora. Sou eu. Uma metáfora desencolhida de mim mesma....

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