Acho que era o inicio dos anos noventa. A Bebel, filha da Eunice e do Anibal ia se casar e fomos convidados. Bia e Marina deviam ter nove e doze anos mais ou menos.
A certa altura da festa. Já no finalzinho vejo o movimento de uma senhora passando de mesa em mesa oferecendo algo que ela cuidadosaemnte tirava de uma cesta grande, quase um balaio.
A dita senhora, tia do noivo ou da noiva, conseguiu, apesar do volume de seu corpo, chegar à nossa mesa e pudemos ver o que era. Era doceira famosa em alguma cidade por aí e tinha feito nada mais nada menos que uns docinhos esculpidos que eram o rosto de uma noivinha. Eu particularmente dispensaria lembrancinhas, mas a mulher era uma artista. Os rostinhos eram delicados com feições ligeiramente maquiadas, véu e grinalda de rendinha, que não sei como ela conseguiu fixar ali . Conforme ela ia passando nas mesas entregava tão vaidosa que mais parecia avó exibindo primeiro neto.
As pessoas das mesas teciam comentários que exaltavam a obra de arte.
Zé que vivia aéreo, não escutou a fala da senhora e não estava de óculos pegou o docinho e comeu de uma vez só.
É...Zé gosta muito de doce.(Quantos doces encontrados dentro de seu guarda roupas!?)
É...Zé gosta muito de doce.(Quantos doces encontrados dentro de seu guarda roupas!?)
Bia, Marina e eu ficamos apavoradas com a cena e esperando pelo pior.
Nada. Depois de um tempo perguntamos: Voce comeu? O que? A lembrancinha da festa? Comi? E.... tá tudo bem? Tudo? Pergunta Maroca :E o que voce fez com a rendinha, pai? Que rendinha? A rendinha do doce? pergunta Bia.
Pai era uma noivinha com véu e grinalda de renda. É mesmo? kkkkk !!!!! Acho que a minha noivinha não tinha essa rendinha., não.
As tres: É claro que tinha e que voce "dragou" a lembrancinha!!!
Zé tinha engolido o docinho como se fosse um brigadeiro comum, porque até um beijinho de coco teria o cravo para tirar.
As duas: Pai.... voce é uma draga!
Ele: Que diferença faz comer aqui ou mais tarde em casa? Do mais a mais ouvi a minha vida toda que era para comer tudo e não deixar nada no prato. kkkkk
Mas custava dar uma sobrevida maior para a noivinha esculpida por horas pela senhora?
Olho para elas com olhar de compreensão e conto da vez que num bar que se chamava Convés, na antiga Barra da Tijuca, que nem sei se ainda existe, pedimos um cocktail e camarão e que veio servido numa banda de abacaxi. O bar era muito escuro. Daqueles que o garçon vem com uma lanterninha para a gente ver a conta. Pois bem, quando o jato de luz da lanterna rodou por sobre a mesa o prato estava vazio. O que Zé fez com a casca do abacaxi ele não conta.
Conto de uma outra vez que mamãe inventou de fazer xuxu recheado. Assim fez um terere com a polpa do xuxu e queijo ralado e recolocou nas cascas como barquinhos. Zé aceitou. Quando mamãe começou a retirar os pratos com as casquinhas vazias , percebeu oseu prato vazio e se admirou perguntando: Zé voce não provou o xuxu? No que ele responde : Provei! Muito bom!!! Parece que estou vendo a cara de espanto da mamãe._ Estava com fome, né filho. O almoço atrasou um pouco...
Muitas vezes em um jantar ou outro eu dizia. Zé não tira os óculos para nada, tá?
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