terça-feira, 25 de maio de 2010

Um brinquedo por uma casquinha




     Num dia desses, eu estava em uma destas feiras de artesanato tão comuns hoje, quando fui abordada por um menino, de mais ou menos 8 anos, que me pedia um sorvete. Eu contei minhas moedas e percebi que o valor que eu tinha dava para duas casquinhas. Eu também estava com calor e tudo que eu queria aquele tumulto de gente era u sorvete, talvez para ser refrigério da minha alma. Contente, ele olhou para a foto de um enorme sundae e disse ser aquele que ele queria ao que eu respondi que o dinheiro só daria para as duas casquinhas simples. Ele topou na hora. Quando eu lhe entreguei a casquinha ele me colocou nas mãos um brinquedo. Uma dessas miniaturas que os pequenos colecionam. Elogiei e disse-lhe que a guardasse. Qual não foi a minha surpresa e consternação ao ouvi-lo dizer – “é seu!” Tentei não aceitar com o máximo da ternura que pude expressar no momento, mas ele insistiu e disse que a partir daquele dia o brinquedinho seria meu. Naquele instante a minha alma o enxergou com mais atenção e consciência. Aquele menino tinha alma grande. Ele tinha recheio, como dizia a minha avó. Ele optou por sua dignidade, uma vez que não pediu para ganhar, mas para trocar.
            Ás vezes me pergunto se um dia ele terá noção da magnitude e do valor do seu gesto!
          
         

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