Num dia desses, eu estava em uma destas feiras de artesanato tão comuns hoje, quando fui abordada por um menino, de mais ou menos 8 anos, que me pedia um sorvete. Eu contei minhas moedas e percebi que o valor que eu tinha dava para duas casquinhas. Eu também estava com calor e tudo que eu queria aquele tumulto de gente era u sorvete, talvez para ser refrigério da minha alma. Contente, ele olhou para a foto de um enorme sundae e disse ser aquele que ele queria ao que eu respondi que o dinheiro só daria para as duas casquinhas simples. Ele topou na hora. Quando eu lhe entreguei a casquinha ele me colocou nas mãos um brinquedo. Uma dessas miniaturas que os pequenos colecionam. Elogiei e disse-lhe que a guardasse. Qual não foi a minha surpresa e consternação ao ouvi-lo dizer – “é seu!” Tentei não aceitar com o máximo da ternura que pude expressar no momento, mas ele insistiu e disse que a partir daquele dia o brinquedinho seria meu. Naquele instante a minha alma o enxergou com mais atenção e consciência. Aquele menino tinha alma grande. Ele tinha recheio, como dizia a minha avó. Ele optou por sua dignidade, uma vez que não pediu para ganhar, mas para trocar.
Ás vezes me pergunto se um dia ele terá noção da magnitude e do valor do seu gesto!
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