Parecia pedir licença quando, ainda no útero materno se posicionou para quinze dias mais tarde mergulhar neste enorme oceano que é a vida no nosso planeta. Planeta Terra.Talvez devesse ser chamado de Planeta Agua. Sim porque penso que o elemento água retrata melhor a vida com suas ondas, calmarias, ressacas e tsunamis. Ora serena, ora tempestuosa; assim é a vida até mesmo no útero de nossas mães. Onde temos nosso primeiro contato com este elemento.Vinte horas antes começou o que chamamos de trabalho de parto. Aflição, preces, expectativas. Dois alarmes falsos. Duas idas ao hospital para ouvir dos médicos que a dor ainda era pequena. Masoquismo ou enduro? A loba mãe queria vivenciar tudo. Queria estar no processo de dar a luz a seu rebento NATURALMENTE. Ser expectadora e protagonista.
Nesse clima festivo (?!) Amanda chegou num dia de flor (arquétipo do feminino) 23 de setembro. Quase careca, para ser otimista. Olhos azuis. Menos de meio metro de gente, porém, gente à beça.Um pingo de gente que mais parece um trema porque vale por dois. Chora por dois, corre por dois, come uvas por dois.
Tem o olhar tão profundo quanto o de Emilia, sua tataravó. Janelas da alma escancaradas.Tem ansia de viver. Um dia correrá na quadra, na rua, na floresta. Vai ganhar o mundo. Respeito muito mulher pequena. Sei que no futuro não se deterá se tiver que imprimir pegadas na lama. Não nasceu. Estreou. Gente feliz não nasce, estreia. Do lado de fora do hospital o movimento da família era quase coreografia. Algo como noite de avant premier.
Que escolhas fará? Que causas abraçará? A mãe natureza ,que é comadre íntima da vida, se incumbirá de nos mostrar.Gaia a proteja , Deus a ilumine e os anjos digam amém a toda e qualquer impressão e escolha feitas por ela.
Estou pagando para ver. Queira Deus que eu tenha o privilégio de ser testemunha de sua existencia.
Amém!
É tanta vida junto! Tão bom...
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