Tinha sido uma temporada difícil. Aquele dia em especial bem estressante. Me via pensando nela com freqüência. Ela iria embora ou ficaria ali comigo para sempre? Dúvida...
Era como se me pedisse para entrar,ficar. Abri a porta e o que ela fez foi me olhar com os olhos cheios de promessa, revelando todo seu amor por mim.
Olhar doce e cúmplice, postura resignada como se entendesse sua pequenez diante da decisão, que infelizmente não cabia a mim apenas. Silente.
Assim ficou, postura congelada, como se quisesse aproveitar ao máximo daquele momento a dois. Pedi-lhe que saísse, que se fosse. Parecia não ouvir e intensificou seu olhar amoroso. Um olhar cúmplice demais para não se manter na minha memória até hoje. De alma para alma tentei perguntar lhe se aquilo era uma despedida. Nada disse. Trocamos afagos.Olhei a nos olhos mais uma vez e disse que a amava intensamente e que voltaria para vê-la muitas outras vezes.
Como já era tarde fui para o quarto e dormi. No dia da partida, já com o motor do carro ligado esperei do lado de fora, que ela aparecesse.
Não tive esta sorte. Melhor assim, pensei. Entrei no carro, acionei o portão, saí e peguei a estrada. Refletindo sobre a noite anterior pensava nunca antes ter vivido um momento como aquele.
oh, gente!
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