quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O homem integrado à natureza

Quantas vezes  já não ouvimos que precisamos nos religar à natureza?
Parece tão difícil. Melhor, dificílimo!!!
Para tanto precisamos de workshops xamanicos, meditação e outras parafernálias que nos ajudem a aquietar a poluição sonora que temos dentro de nós, pobres moradores dos grandes centros, mortais sobreviventes do caos diário.
No entanto......
Fiquei perplexa semana passada ao perceber que meu caseiro no sítio estava aparando a cerca e aproveitou para limpar as pedras cobertas de limo. Até aí, tudo bem.
Estávamos na piscina e nem percebemos que a bomba que enche a caixa d'agua da casa dele estava ligada.
Passou um tempo e vimos sua companheira sair correndo de casa para avisar-lhe da necessidade de desligar a dita bomba.
Gente, ela não chegou a dar cinco passos e ele já vinha correndo.
Detalhe :Jordeny estava trabalhando no portão e a casa dele fica há mais ou menos cem metros de distancia!!!
Sim senhor,cem metros!
Ficamos perplexos de ver que ele tinha ouvido a água correndo e nós não. A diferença? Seus ouvidos estão ligados a seu ser e seu ser está no aqui e no agora. Eckhart Tolle em seu livro O poder do agora diz que para contemplarmos  o espaço infinito em uma noite clara, para escutarmos o som de um riacho numa montanha na floresta ou o som de um melro ao cair da tarde a mente precisa estar serena; do contrário voce olhará mas nao verá, ouvirá mas não escutará. E completa: Estar totalmente presente é fundamental.
Tal como um maestro que rege uma orquestra, meu caseiro consegue reger e reger-se junto à natureza.
Sujeito e objeto de  uma harmonização vivenciada pelos índios com tamanha naturalidade que faz com que nós, cidadãos civilizados, pensemos duas vezes antes de trocarmos o campo pelo grande centro estando de férias ou aposentados.
Como diz o meu livreiro de Itaipava .... "Há que se fazer o caminho inverso"!
                                                                                       
Jordely com um galho de caquis

Um comentário:

  1. Meu deus! É só no que penso: no caminho de volta. Quero voltar pro meu ninho, quero encontrar minha pele de foca. Não acredito em vida inteligente longe do mar.
    Foi bom, em termos de crescimento (intelectual, profissional...será?) e conhecimento (nem sei pra quê tanto) ter vindo para o planalto central, mas em termos de crescimento pessoal, harmonização e felicidade, é necessário e urgente voltar para o meu Nordeste....Lá o céu ainda é perto. Aqui nossos sentidos primitivos ficam embaralhados, confusos; a nossa intuição, tadinha, fica sobrecarregada, porque há coisas estranhas por todo lado...Não me culpem pelas minhas neuroses e fobias, deve ser a falta do iodo.
    Há quem pergunte: por que não volta? Pois é, qdo se percebe, o estrago já é grande, mas eu chego lá.

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