Não impina, não. Vai como os outros! Diziam os antigos. Em se tratando de viagens, não dou conta. Preciso ir além do que o turismo vende. Graças a Deus! Assim não fosse não teria chegado a Evora em Portugal, Santiago de Compostela na Espanha, Notting Hill com sua adorável Portobello Road em Londres e a deliciosa Inverness, vizinha de Aberdeen na Escócia.
É claro que é lovable viajar e ver tudo que o turismo nos reserva nas grandes capitais. Percorrer as ruas de Lisboa e ver o quanto aquele povo sabe ser cortes e querido. Fotografar cada monumento nas esquinas de Madri. Ficar de queixo baixo com a cidadania do povo de Edimburgo. Testemunhar o mal gosto do inglês de Londres... Mas é claro que Cancun dá de dez na Cidade do Mexico, assim como Inverness nos tira o fôlego com seu misterioso Loch Ness , suas belas casinhas de muros baixos e seus Bed and Breakfasts. Notting Hill é um paraíso a parte da grande Londres. Portobello Road é qualquer coisa “out of this world”. Com seu flea market cheio de intelectuais barganhando, por exemplo um pôster de Bonequinha de Luxo; suas casas vitorianas e suas calçadas largas, seus cafés italianos e seus jardins nos remetem a um tempo em que a vida humana era considerada mercadoria de luxo. Saudades...
Inverness, a capital das Highlands, nos abre um cenário de filme onde a principal característica é o feeling que se instala de que “a vida está em ordem”. Nós, brasileiros que convivemos com o caos nosso de cada dia quedamo nos mexidos e melancólicos. Bate uma admiração meio que inveja da dignidade daquele povo que não é brinquedo!
Santiago nos ensina a humildade e o acolhimento que os peregrinos merecem depois da caminhada de 800 kms. Sua catedral é minha favorita pela acolhida que nos reserva na missa do meio dia. Diferente de Westminster Abbey espetacular por sua pompa e circunstancia.
Costumo dizer que tenho dois momentos de prazer quando viajo. Um quando saio com o coração cheio de expectativas. E outro quando estou voltando para a santa terrinha que é meu berço, minha origem e minha casa. Gente, como é bom voltar para casa!!! Chegada a poucos dias do Reino Unido, na véspera do regresso já queria estar voltando cheia de saudades das netas, das filhas e dos gramados da cidade que escolhi pra viver. Amo o meu Rio de Janeiro incondicionalmente, mas a vida me trouxe para Brasilia onde tenho vivido com a qualidade de vida, que acredito merecer.
Fotografa daqui, filma dali, monumentos e cidades em pano de fundo e nós, brasileiros corajosos e irreverentes, como figuras sorridentes ou chorosas. Sim. Porque quando se está feliz também se chora. E muito...
Me vem à mente quatro brasileiros (Wilson, Concita, Bob e eu) num trem de Inverness para Edimburgo. Em frente a mim e Wilson um simpático casal de escoceses me pergunta se tenho algum problema. Digo que não e explico que choro por deixar Inverness, me perguntam de onde venho . Respondo que venho do Brasil e começo a sorrir como quem se orgulhosa por conhecer a fama do povo brasileiro de ser alegre. Como não se-lo se temos praia, carnaval, futebol e samba no pé? São três dias de folia e brincadeira para tudo se acabar na quarta feira...
Mas como "sempre não é todo dia", me pego ora assistindo ora protagonizando crises e aflições. Mas, na maioria das vezes, tenho a sorte de assisti-las saboreando uma pizza no Fratello. Por que não? É nosso jeito de ser. Nós, brasileiros, somos assim.. Nossa alma é forte o suficiente para acreditar que as coisas se arranjam. Com o tempo elas se arranjam. E quem sabe a gente sai pelo mundo viajando outra vez.
Mil vezes amém digo a mim mesma cada vez que ouso ir um pouco além do comum. Amém cada vez que não "vou como os outros". Algumas vezes na vida há que se impinar e ser feliz a nosso bel prazer. Amém!!!
Mil vezes amém digo a mim mesma cada vez que ouso ir um pouco além do comum. Amém cada vez que não "vou como os outros". Algumas vezes na vida há que se impinar e ser feliz a nosso bel prazer. Amém!!!
Impina mesmo, amiga, impina!
ResponderExcluirQue bom que impinou de volta....