quarta-feira, 7 de março de 2012

Vivi passed away

                                                                                 
       Vivi, nossa ternurinha, passed away. Se foi!
               Não é esnobismo não, é que esta foi a maneira mais suave que consegui para falar da morte de alguém tão delicado. Vivi, minha colega de pinturas faleceu aos 85 anos mais ou menos. Nunca sabemos com exatidão a idade de uma mulher. Ainda mais se ela foi a dama que Vivi foi para todas nós. Uma mulher que acompanhava muito bem o papo das mulheres mais novas, ainda que as vezes , corada.
               Decidi fazer uma homenagem à esta amiga contando algumas de suas peculiaridades .
               Vivi era muito carinhosa e gentil e , sendo assim gostava de presentear. Nos finais de ano quando a turma se reunia e sorteava um amigo oculto ela trazia, além do seu presentinho, uma lembrancinha que chamava de "apenas uma ternurinha" para todas as participantes e  seus maridos.
                Certa vez eu, ela e mais uma colega já havíamos adiantado nossas telas e decidimos ir ao salão ao lado do atelier para fazermos as unhas. Em determinado momento a manicure pergunta para a Vivi.... E então dona Vivi que cor vamos por hoje?   Voce escolhe filhinha. Mas lembre-se... tem que ter um arzinho de puta ou ninguém mais me olha. Disse isso. Piscou para nós e disse... Por ninguém voces entendam os homens. Vivi era assim. Autentica. Falava de suas coisas e da "coisas" vividas com o marido, já falecido, como quem declamava um poema.
               Infelizmente há uns tres anos Vivi começou a mostrar sinais do alemão. Tinha medo de sair. Dizia que as pessoas tinham entrado na casa dela, etc.... Com isso. Se recolheu e não foi mais ao grupo. Uma pena!!! Era um ser humano rico em experiencias e bondade. Simpatica mesmo. Tratava a gente por "filhinha".
               Nos vernissages estava sempre no salto, de batom e brincos. Uma gracinha.
               Houve uma época em que eu a chamava de Primeira dama de Itaipava. Foi quando eu quis que ela e papai namorassem. Mas ela ria e dizia que tinha vergonha de voltar a namorar tão velha. Outra pena! 
               De outra vez, também no salão, a cabeleireira perguntou-lhe... D. Vivi a senhora vai cortar comigo ou com o Carlos? Ela olhou para um e para o outro, piscou para a cabeleireira e respondeu. .....Gosto dos dois, mas vou cortar com ele. Há muito tempo um homem não põe as mãos em mim. Fica triste não tá? filhinha? Da próxima vez.....
               Existe um filme com o Robin Williams que se passa no céu. Sua esposa havia sido uma artísta plástica. Agora me veio uma cena da esposa pintando paisagens lá no céu. Pensei... Por que não? Desejo que Vivi esteja pintando o sete lá por cima literalmente, no bom sentido e no mal, também. É como ela era.
                Bj Vivi. A gente se vê um dia.
                Bem longe de hoje, eu espero.
                " Fica triste não, filhinha!"


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