Gosto dos escritos da Martha Medeiros. E gosto em especial de um entitulado Quindim na portaria, onde Martha propõe que poupemos os amigos de visitas inesperadas e sugere que um quindim deixado na portaria pode ser um gesto carinhoso e respeitoso, uma vez que reforçamos o vínculo sem causar possíveis transtornos aos que amamos. Afinal quem ainda não passou pela situação de estar entrando no banho e um amigo ligar dizendo que está passando e deixando o convite para a próxima exposição na portaria?
Há vinte anos tenho uma fiel escudeira. Seu nome? Paula. Mãe de Lilia. A Paulete (como prefiro chamá-la) é uma baiana muito querida que me serve nas horas de aperto. Paula tem a chave de minha casa e já se tornou parte dos " móveis e utensilios" da minha vida. É ela quem faz a feijoada do Seu Peru todo domingo de carnaval ( há sete anos ),os almoços de dia das mães, batizados, aniversários, casamentos e outros.
Já presenciou muito choro e muito riso junto a minha família, o que faz dela persona gratíssima.
Aqui acolá Paula nos surpreende com um docinho de mamão ou um abacate trazido do Gama para Seu Domingos, diz ela.
Mas o que tem a Paula a ver com Martha Medeiros? perguntarão.
Paula é zeladora aqui do prédio e por ter muitos afazeres parece entender que o tempo das pessoas é precioso. Assim ela simplesmente abre a porta de casa e coloca o abacate sobre a mesa da cozinha.
Quantas vezes me surpreendo quando vou beber uma água e me deparo com o regalo.
Tudo bem que algumas vezes o regalo mencionado pode ser uma multa de transito ou uma fatura que chegou do correio. Mas não importa. Meu sentimento nestas horas é de que alguém cuida de mim. E me vem o sentimento que os que trabalham nos "bastidores" são realmente pessoas especiais por fazerem seu trabalho ,muitas vezes, no anonimato.
O meu carinho para esta baiana que sacode a poeira, dá volta por cima e se precisar manda no Tião, o porteiro.
Mas isto é material para uma próxima postagem.
Me aguardem!!!
Saudades!
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