quinta-feira, 28 de julho de 2011

De quando me joguei nos braços de Tião. Sóbria!

          Há dias na vida que o melhor seria não ter acordado. Dias "Não", diria minha professora de Yoga.
Hoje cedo acordei com vontade de dar mais cor aminha vida. Convidei meu marido a almoçar um suculento filé em um restaurante. Sei que é amante da carne vermelha. Assim ... voilá, disse eu, vá ao barbeiro e faça a barba e depois leve o carro para lavar. Estarei pronta ao meio dia.
Enquanto fiquei em casa só com papai pintei uma telinha para o quarto do netinho de minha amiga Maria Helena. Estava determinada a ter um dia "Sim".
Mas..... papai foi para o banho e caiu. Feio. Bateu a cabeça e tudo o mais que um tombo na terceira idade pede.
            Chamei o porteiro Tião para que me ajudasse a levantá-lo do chão.
De pé se vestiu, bebeu água e foi deitar um pouco para se acalmar. Depois de limpar o sangue no banheiro e me sentir mais calma liguei para Wilson para saber se ele estava acabando suas tarefas e contei-lhe o ocorrido.
Não tardou e ele aparece. Demorou um pouco porque tinha ido beber uma cervejinha para se acalmar. Detalhe está proibido de beber por conta de uns probleminhas de saude. Fiquei transtornada.
Servi o almoço de papai e fui me vestir.
Pronta peguei a chave do carro e chamei o elevador na intenção de ir para a garagem.
Surpresa!!! O elevador parou entre dois andares comigo dentro.
Enlouquecida disparei o alrme e interfonei para a portaria a procura do porteiro Tião.
Aí começa a operação resgate que inspirou o título desta postagem.
Sei que Tião gosta demais de mim e de minha família. E sei também que ele é forte. Um bruta montes nortista.
Alguns minutos e escuto as vozes dele, do Wilson e de Paula. Wilson tentava me acalmar, mas acho que estava mais nervoso que eu. Tião grita para que Paula descesse para pegar um pé de cabra porque iria arrebentar a porta mas eu saia de lá (palavras dele). Sabe o que é isso dona Angela? Está na hora de jogar este elevador fora. Pergunto.... Comigo dentro? Risos
Enquanto a equipe não chegava liguei para a Marina . Estava estressada e precisava desabafar.
Quase não ando carente....Fazer o que? Ai mãe que chato!Vamos conversando, mãe. Assim a hora passa. Hora? pergunto perplexa.Voce tá maluca! Ligo para a Bia. Com voz chorosa que era para ver se ela pegava mais leve que a outra.
Chega o tecnico e abre a porta. Uma parede separa dois andares. No de cima o tecnico. No de baixo os tres mosqueteiros Tião, Paula e Wilson. Pula! grita Tião. Não. Espera, diz Wilson. Pula! diz Paula.
Acalme-se minha senhora.,diz o tecnico. E completa.... Por favor não saia daí e não tente pular. Vou lá embaixo desligar para a senhora descer com segurança. Só faltou dizer.... Don't movie, babe!
Acontece que a torcida do andar de baixo era maior. E  minha conhecida. O tecnico um desconhecido.
Passa a bolsa!diz um do tress. Que é isso, gente. Assalto? Menos. Bem menos, por favor.
Vem dona Angela dizem Paula e Tião. Pula! Vem logo.
Aí pensei.... pular ou não pular....pular... não pular... pulei. Nos braços de Tião .... e de Paula que deve ter achado que Tião não daria conta de mim sózinho. Foi bonito, gente. Um resgate e tanto!
Sacudo a poeira, arrumo a blusa e olho para a Paula que está branca de medo. Risos, abraços e o tecnico que se arranje.
Gente que loucura! digo depois de ver o buraco abaixo do andar.
Loucura nada, dona Angela já pensou se trancasse outra vez!?
Para! Ai ai ai já saí.  Brigado gente.
Vamos almoçar Wilson?
Agora espera um pouco; preciso ir ao banheiro.
Voilá!
Dia de sol bonito. Olho para o céu e digo... Vamos ao filé, babe.
Surpresa chegammos no Liberty e o shopping está vazio.
Olhamos a praça da alimentação e a maioria dos restaurantes fechados. Procuro saber o que estava havendo. Feriado? O shopping estivera sem luz até o meio dia.
Só nos resta comer frango mesmo! E tome de Chicken in!
Ok! não desanimemos. Sábado a gente come o filé.
Fazemos um trato. Saimos para o almoço meia hora antes e descemos para pegar o carro pelas escadas. Não é por nada não. É que vai que seja a folga do Tião ou da Paula!
Um salto no escuro seria muito para a minha cavalaria! diz Wilson.
Eu concordo. Espero comer o filé no sabado e não voltar aqui para escrever outro texto dramático como este. Sim porque seria trágico se não fosse comico.
Pelo sim pelo não pratiquei, hoje, a entrega que a Biodança tanto prega.
Como diz a Marina o acaso vai nos proteger enquanto andarmos distraídas.
Mas vem cá....Logo a mim coube o gesto kamikaze?
Ps. A foto ilustra a idade do elevador.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Menina adota ovelha (ou , Menina é uma boa companheira!!! )

                                                                                 
          Menina é o nome de uma de minhas cadelas no sítio.  Embora também atenda pelo nome de Quiara. Aqueles que acompanham este blog talvez já tenham lido uma postagem anterior onde a personagem central era ela. A cadela esperta e meiga que está sempre surpreendendo com comportamentos inéditos.

         Desta vez, na ultima temporada que passamos no sítio, o novo comportamento de Menina foi adotar a ovelhinha que temos no jardim. Um objeto decorativo. A ovelhinha é antiga, mas de uns tempos para cá mudamos a mesma de gramado, o que fez com que fosse notada por Menina,esta cadela de atitudes companheiristicas.

          Na internet são veiculados muitos emails sobre os cães e suas atitudes fiéis e amorosas. Assim pensei em escrever este texto em homenagem a este amigo do Homem que é o cão. De preferência o vira latas, como é o caso.Pode ser que ela buscasse companhia, mas confesso que parecia mais uma postura de doação.

           Temos também a Virna que é companheira, porém mais na dela. Meio esquiva. Aqui, acolá as duas correm e brincam juntas, mas as vezes o bicho pega e ela bate na Menina. Quantas vezes chegamos por lá e Menina está machucada!  O que me faz pensar que o que busca na ovelhinha seja apenas alguns momentos de companhia. Solidariedade. Sem nada  em troca. Nem tapas nem beijos. Um porto seguro? Uma pausa ao sol?

          Talvez seu gesto lhe traga a medida exata entre o dar e o receber. Assim seja!
          De uma maneira ou de outra lembrei do refrão de uma musica conhecidíssima que diz..... Menina is a very good fellow, she is a very good fellow. Menina is a very good fellow..... And nobody can deny...
Nobody can deny!!!
        

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um abacate na portaria

           Gosto dos escritos da Martha Medeiros. E gosto em especial de um entitulado Quindim na portaria, onde Martha propõe que poupemos os amigos de  visitas inesperadas e sugere que um quindim deixado na portaria pode ser  um gesto carinhoso e respeitoso, uma vez que reforçamos o vínculo sem  causar possíveis transtornos aos que amamos. Afinal quem ainda não passou pela situação de estar entrando no banho e um amigo ligar dizendo que está passando e deixando o convite para a próxima exposição na portaria?
          Há vinte anos tenho uma fiel escudeira. Seu nome? Paula. Mãe de Lilia. A Paulete (como  prefiro chamá-la) é uma baiana muito querida que me serve nas horas de aperto. Paula tem a chave de minha casa e já se tornou parte dos " móveis e utensilios" da minha vida. É ela quem faz a feijoada do Seu Peru todo domingo de carnaval ( há sete anos ),os almoços de dia das mães, batizados, aniversários, casamentos e outros. 
          Já presenciou muito choro e muito riso junto a minha família, o que faz dela persona gratíssima.
Aqui acolá Paula nos surpreende com um docinho de mamão ou um abacate trazido do Gama para Seu Domingos, diz ela.
          Mas o que tem a Paula a ver com Martha Medeiros? perguntarão.
Paula é zeladora aqui do prédio e por ter muitos afazeres parece entender que o tempo das pessoas é precioso. Assim ela simplesmente abre a porta de casa e coloca o abacate sobre a mesa da cozinha.
Quantas vezes me surpreendo quando  vou beber uma água e me deparo com o regalo.
Tudo bem que algumas vezes o regalo mencionado pode ser uma multa de transito ou uma fatura que chegou do correio. Mas não importa. Meu sentimento nestas horas é de que alguém cuida de mim. E me vem o sentimento que os que trabalham nos "bastidores" são realmente pessoas especiais por fazerem seu trabalho ,muitas vezes, no anonimato.
           O meu carinho para esta baiana que sacode a poeira, dá volta por cima e se precisar manda no Tião, o porteiro.
Mas isto é material para uma próxima postagem.
Me aguardem!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Esta casa

Esta casa que outrora teve luzes, ora se apaga pouco a pouco... cômodo a cômodo.
Tempo de escuro, silêncio, solidão. Não sei se a sigo ou se é ela que me segue.
 Sei que onde for ela vem comigo.
Ultimamente tem apresentado goteiras.
Seus corredores compridos parecem alongar os caminhos, pois que demoro a percorrê-los.
Chamo pela pequena na intenção de usar seus olhos como meus.
 Apoio me em seus braços e sei que me torno um peso.
Outro ritmo, outro compasso.
Uma caminhada solitária pela pressa da vida nos mais jovens.
Vou a trancos e barrancos.
 Sigo nem sempre altivo, mas sigo.
 Pois que por todos os modos deve se preservar o respeito de um homem.

Texto criado para meu pai já idoso

Vida vivida


Falo de um tempo sem medo
Onde crescer era natural
Assim como era natural
Andar descalços,
Pular amarelinha,
Ver o boi da cara preta,
Ir ao Tororó pegar água,
Brincar de roda e pular corda,
Chicotinho queimado e
Mamãe, posso ir?
Passar o anel e Cabra cega,
Falo de um tempo de comer fruta do pé,
De pera, uva ou maçã?
De rodar currupiu e procurar pelo saci
De ouvir de tia Anastácia
e da Emília as peripécias de Narizinho e sua turma

Ah... os meus opostos!!!

                                                                             


Que eu viva a harmoniosa aceitação de meus opostos
Pois que é quando quero ser justa que me deparo com a injustiça que trago em mim
Pois é quando amo que experimento sentimentos de desamor.
Pois é quando quero ser forte que me deparo com minha fraqueza.
Pois é quando quero se humilde que enxergo minha arrogância.
Pois é quando penso que sou corajosa que enfrento meus medos
Pois é quando busco o meu sagrado que me deparo com o profano mais profano que habita em mim.
Pois é quando quero ouvir minha alma que meu corpo mais se inquieta.
Pois é quando penso em traduzir-me que me perco na falta de palavras
Pois é quando penso que sei o que quero que a clareza se esconde de mim
Pois é quando me sinto pronta que percebo o longo caminho que ainda preciso percorrer.
Pois é quando quero falar de mim que me surpreendo falando dos outros.
Pois é quando falo que vejo que deveria calar-me.
E quiçá quando calo que deveria falar um pouco mais.