segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A vida é uma ribalta

          A vida é um grande teatro. Tal qual ribalta. Uma ilusão.
          Estes ultimos tempos me parecem  uma longa temporada.
          Casa lotada, ingressos esgotados.
          Meus dias se apresentam como uma  série de peças.
          Cada uma em tres atos. Manhã, tarde e noite.
          Sou a última a dormir. E quando as luzes se apagam e meus olhos fecham como a cortina descendo no ato final volto ao camarim e tiro a maquilagem que me sustentou ao longo do dia.
          Depois perambulo pela cochia e lá no fundo dela, num cantinho esccuro, esquecido no chão como um figurino velho, posso ver uma tristezinha que não cede.
          Tento desviar minha atenção desse detalhe me fixando nos aplausos que ainda ouço.
          Assim como a trilha sonora se sustentando em minha mente.
          Repasso então mais uma vez o texto.
          Ousaria improvisar  um pouco.
          Alterar  falas, cenários, gestos.
          Trocar personagens, talvez.
          O teatro não é meu.
          O diretor tem o controle.
          Meu oficio é tão somente dramatizar.
          Que eu faça o melhor que puder.
          E me curve no final.
          Em reverencia,
          Apenas.
         
  
         
  

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