terça-feira, 7 de julho de 2020

Sem perspectivas




                  Se ha uma coisa que tenho feito nesta quarentena é pensado na vida. Lembranças. Lembranças. Lembranças. Algumas gostosas outras nem tanto. Bate um misto de nostalgia com arrependimento de alguns feitos. E se tivesse feito diferente? E se não tivessse dito aquilo? e se...?

Em 2017 Wilson se foi de nós. Muito triste viver a viuvez. Mas não se tem lembranças agradaveis?
Claro. Mas recomeçar e se reinventar sózinha demanda coragem e clareza, boa vontade e vitalidade. Acontece que voce se sente meio indivíduo. Tá faltando algo. Tem um "gap" nesta historia e não é facil. Sentimos desamparo embora os amigos e familiares estejam por perto. Me lembro da primeira viagem que fiz para o Rio depois da morte dele. Mãos geladas e angustia no peito. Como o que eu sentia nos primeiros dias de aula na minha infancia. Difícil! Marina me levou ao aeroporto. Mas... como assim, filha? Me leva ate lá dentro do avião! tinha vontade de gritar. Decidi encarar o embarque step by step. Não me sai tão mal, mas embora mantivesse um olhar tranquilo por dentro tava pesado. 
Era final de ano e eu passaria o Ano novo só na serra. Convoquei meu primo, esposa, sogra e neto e minha madrinha a virem ficar comigo. Passado o reveillon eles desceram e a madrinha ainda se manteve uma semana. Depois foi por minha conta. Companhias? A caseira e os cachorros. Transpus um portal importante. Mais ou menos.
Na proxima ida ao Rio fui e voltei com filha, genro e netas. Melhor teria sido de tivessemos ido de mãos dadas. Dali pra frente foi tranquilo. Se conto tudo isso é para que o leitor entenda o inicio da viuvez e o tal do gap que se sente. Já consigo ir ao Rio me sentindo mais leve e empoderada, mas a saudade.....
Agora em quarentena repasso aquele momento porque igual a aquele o momento atual tem seus calafrios e inseguranças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário