Na estação de trem de Avignon, um verdadeiro contraste com sua arquitetura moderníssima considerando a cidade medieval e murada que é Avignon, França, esperando pelo TGV que nos levaria de volta à Gare de Lyon em Paris puxo conversa com um canadense e acabamos que filosofando um pouco.
Conversa vai conversa vem ele diz que a lingua mais bonita de se ouvir é o portugues. Segundo ele sonora e macia. E me pede que fale um pouco. Começo a dizer coisas e ir traduzindo quando ele me diz que não precisa traduzir.... "Não importa o significado" diz ele , só preciso ouvir.
Ora, como boa carioca que sou, começo a cantar Garota de Ipanema para ele. O homem se arrepia e fecha os olhos em doce deleite. E, neste momento, me descubro carioca além de brasileira.
A gente ri e começa a falar sobre as diferentes culturas e diferentes costumes de cada povo.
E ouço dele o seguinte...." I didn't know I was a Canadian till I travelled aboard"
Olho para ele e concordo dizendo a ele que também gosto de refletir e filosofar sobre as coisas.
Digo a ele.... " Só soube que era alegre e talkative ( carioca ) quando viajei para fora." As pessoas lá fora descobrem que sou brasileira pelo sorriso fácil e pela "ginga", é claro!
Também descobri que era brasileira quando aprendi que não se toca num garçon ou se assovia para o mesmo.
Percebi que era brasileira quando notei que as vozes dos brasileiros se sobressai às outras num hall de hotel, por exemplo. Ou ainda quando percebi o quanto os brasileiros são gratos a uma informação dada que o ajude a se encontrar pelas ruas deste mundão.
Enfim eu poderia listar as inumeras mancadas vivenciadas lá fora ,mas preocupada com a minha imagem prefiro não citá-las.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Todos sabemos que viajar é uma arte e uma escola à parte. A gente aprende muito dos lugares, mas aprendemos muito sobre nós e nossos costumes também. Talvez na mesma medida.
Daí volta-se para a Terrinha e muda-se alguns, insiste-se em outros. É assim mesmo. Afinal é sabido que é através das diferenças que nos surpreendemos e porque não dize-lo, crescemos. E se mudarmos tudo para nos adaptarmos a tudo perdemos nossa essência, a nossa identidade tão brasileira. Não deixa de ser um auto-conhecimento prático eu diria.
Assim....... Voilá!
Continuarei pedindo a cada garçon que nos tire uma foto. e a agradece-los pegando lhes o braço.
Gosto de gente e gosto do contato. Penso no lado humano do gesto. Se fica feio ou não.... bem.......... depois eu penso nisso. Será???
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