quinta-feira, 19 de julho de 2012

As aventuras de cachinhos ruivos e Bons modos

                Era uma vez duas irmãs. Cachinhos ruivos, uma pimentinha levada, assim chamada por ter seus cabelos ligeiramente encaracolados e ruivos e Bons Modos, uma menina calma , concentrada, e educada. Sempre com bons modos.
Cachinhos era levada da breca, como dizem os antigos, e gostava de ver o mundo de cima. Das árvores. Um molequinho! Enquanto Bons modos era bem comportada. Uma mocinha!!! diziam.
                Estas duas irmãs passavam férias no sítio de seus avós lá longe. Na serra do Rio de Janeiro. E a cada ano viviam aventuras das mais variadas naqueles meses de férias escolares tão esperados.
             O sítio era grande cheio de árvores e cachorros. Coelhos e passarinhos. Uma avó e uma bisa, ambas gordinhas e sempre de aventais a preparar algo na velha cozinha do sítio. Um avô mágico e um tio meio " lelé "da cuca.
                 As crianças da vizinhança eram os coleguinhas de férias da meninas. Tinha o Sílvio, o Romulo, o Cristiano, As meninas da dona Néa , os meninos da dona Célia e a Luciana filha do seu Teixeira.
 A patota estava sempre pronta para brincar de "lateiro vivo", pique pega, football , cabuti e amarelinha.
                Tinha a prima Cynthia que, como morava no Rio, subia a serra para estar com as duas e interpretava apresentações dos  saudosos Balão mágico  e Trem da alegria.
Alegria era o que não faltava. Muitas vezes no meio da tarde entre um mergulho na piscina ou uma partida de ping pong a vovó chegava com um bolo quentinho, recém saído do forno. Outras vezes chegava com um ovinho de codorna fritinho no meio de um mini pires para Cachinhos ruivos. Em outras ocasioes  a bisa  aparecia com biscoitos crocantes e deliciosos.
              Na cidade tinha um kart e um museu onde a criançada ia uma vez ou outra para curtir algo diferente; mas o que mais acontecia era delas brincarem no enorme quintal do sítio. Ali viram cachorrinhos nascerem, pombas sairem da cartola de mágico, gatinho dormir em cima da barriga da avó e cavalo trazendo noiva de festa junina entrando pelo quintal a fora.
                 A cada férias tinha ou o mesmo velho cachorro ou um novo no pedaço. Mas a Fafá....
A Fafá e a Tábata foram duas cadelinhas especiais. E a cada vez que pariam era uma festa para a criançada.
                 As meninas foram crescendo e gostavam de levar amigas de Brasília para lá também. Certa vez cachinhos levou tres amigas e uma professora da escola. Ficaram todas alojadas no maior quarto de hóspede que tinha. Até hoje quando vemos as fotos imaginamos a bagunça que não fizeram com a vó Ilse.
             Avós não faltavam por lá. Tinha a vó Ilse, a numero um, a vó Emília, numero 2 no coração delas  e quem fazia as roupinhas das bonecas,e outras. A Carminha, A Charlote e a Aldina. Cada uma com um seu jeito diferente de ser. Uma vez Cachinhos surpreendeu a vó Charlote rezando o terço e ficou encafifada. Disse para Bons modos.... Se ela reza tudo isso mesmo eu não sei, mas que as bolinhas andam.... andam!!!
                  Quando estavam sozinhas sem amigas ou primos iam caminhar pelas montanhas com aquele tio meio lelé da cuca .Ele era bom nisso. Tinha espirito aventureiro, como dizem quando alguém é mais ousado ou inconsequente.
                 Nas noites de  inverno este tio assava lhes batatas doces na lareira da sala e era uma farra. Ninguém queria sair dali para ir para a cama. Pudera...ali estavam quentinhos a ouvir histórias com pipocas e tudo mais.
                  Quando as férias acabavam todos ficavam tristes. As meninas, os avós e os amigos pois sabiam que teriam que esperar até as próximas férias escolares.
                   As meninas foram crescendo e ficaram moças.
Bons Modos teve duas filhas que, hoje em dia, frequentam o sítio com os filhos dos amigos com quem elas brincavam. Tem o Gabriel, filha do Silvinho, a Mel, filha do Cristiano e quem mais chegar, como diz a musica.
                   As avós maiores já morreram e os filhos dos filhos agora curtem a vó Angela, o vô Negão e o biso Lito. O vô Zé e a bisa Carminha.
                   Esta historia entrou por uma porta e não quer sair por outra. Quem lembrar de mais aventuras vividas ali  favor terminar a história....
               
        
               

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ah...para com isso!!!

               Sério. Não me venha com esta conversa de gato preto ou espelho quebrado. Acho medieval certas crenças e a força que elas exercem na vida das pessoas.
               Certa vez, em um almoço pedi que me passassem o sal e a pessoa não me entregou na mão para não dar azar. Isso me dá uma preguiiiiiiça!!!
               Penso que as coisas acontecem para o nosso bem e que um Deus Muito Maior sabe se dou ou não conta de atravessar esta ou aquela fase "ruim". Para isso estou aqui no planeta. Para aprender com minhas experiencias, dores e amores, como dizia a sábia Carmem da Silva. Que Deus a tenha.
               O que me traz a escrever este texto é algo simples. A maneira como encaramos a vida.
               Há dois meses apareceu um tumorzinho na cabeça de papai. Parecia um machucadinho e estavamos tratando  com pomadas e cicatrizantes. Como não diminuiu levamos papai ao medico e para surpresa geral o " machucadinho" é um carcenoma que requer uma cirurgia e biopsia o mais rapido que pudermos.
Sendo assim hoje pela manha fomos fazer os exames laboratoriais. Saindo do laboratório olho para o recibo e vejo que hoje é sexta feira 13. Comento: Gente hoje é sexta feira 13. Papai prontamente responde....." Vai nos trazer sorte!!"    Eu digo......É!
               Sempre me orgulhei da sabedoria de meus pais, pessoas que não tiveram estudo academico, mas que tiveram a sorte ou a competencia, como gosto de dizer, de terem cabeças abertas.
               Mamãe também achava a superstição uma grande bobagem. Dizia que a sorte da gente dependia da gente. Simples assim!!
              Estamos tentando correr contra o tempo para tentarmos que papai seja operado no dia 23. Até porque dia primeiro estaremos indo para Itaipava. Se tiver que ser será. Só nos cabe fazer o nosso movimento e entregar o resto a Deus.
 Ponto final Futebol Clube. com.br
               

segunda-feira, 9 de julho de 2012

I didn't know I was brazilian and carioca till I travelled


               Na estação de trem de Avignon, um verdadeiro contraste com sua arquitetura moderníssima considerando a cidade medieval e murada que é Avignon,  França, esperando pelo TGV que nos levaria de volta à  Gare de Lyon em Paris puxo conversa com um canadense e acabamos que filosofando um pouco.
               Conversa vai conversa vem ele diz que a lingua mais bonita de se ouvir é o portugues. Segundo ele sonora e macia. E me pede que fale um pouco. Começo a dizer coisas e ir traduzindo quando ele me diz que não precisa traduzir.... "Não importa o significado" diz ele , só preciso ouvir.
Ora, como boa carioca que sou, começo a cantar Garota de Ipanema para ele. O homem se arrepia e fecha os olhos em doce deleite. E, neste momento, me descubro carioca além de brasileira.
                A gente ri e começa a falar sobre as diferentes culturas e diferentes costumes de cada povo.
E ouço dele o seguinte...." I didn't know I was a Canadian till I travelled aboard"
               Olho para ele e concordo dizendo a ele que também gosto de refletir e filosofar sobre as coisas.
             Digo a ele.... " Só soube que era alegre e talkative ( carioca ) quando viajei para fora." As pessoas lá fora descobrem que sou brasileira pelo sorriso fácil e pela "ginga", é claro!
             Também descobri que era brasileira quando aprendi que não se toca num garçon ou se assovia para o mesmo.
             Percebi que era brasileira quando notei que as vozes dos brasileiros se sobressai às outras num hall de hotel, por exemplo. Ou ainda quando percebi o quanto os brasileiros são gratos a uma informação dada que o ajude a se encontrar pelas ruas deste mundão.
               Enfim eu poderia listar as inumeras mancadas  vivenciadas lá fora ,mas preocupada com a minha imagem prefiro não citá-las.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
               Todos sabemos que viajar é uma arte e uma escola à parte. A gente aprende muito dos lugares, mas aprendemos muito sobre nós e nossos costumes também. Talvez na mesma medida.
               Daí volta-se para a Terrinha e  muda-se alguns, insiste-se em outros. É assim mesmo. Afinal é sabido que é através das diferenças que nos surpreendemos e porque não dize-lo, crescemos. E se mudarmos tudo para nos adaptarmos a tudo perdemos nossa essência, a nossa identidade tão brasileira. Não deixa de ser um auto-conhecimento  prático eu diria.
               Assim....... Voilá!
               Continuarei pedindo a cada garçon que nos tire uma foto. e a agradece-los pegando lhes o braço.
               Gosto de gente e gosto do contato. Penso no lado humano do gesto. Se fica feio ou não.... bem.......... depois eu penso nisso. Será???
             
               
               

quarta-feira, 4 de julho de 2012

E Deus criou Brigitte Bardot

           

               E a viagem à Provence saiu.
Precisava ir lá ter com as lavandas e lavandines da região.
Qualquer coisa..... " out of this world " para começar.
Começamos a Viagem por Paris com seus cafés, museus, igrejas e boemia.
Como não podia faltar fomos ao Moulin Rouge e assistimos um dos shows mais bonitos visto por esta que lhes escreve.
Mas a Torre Eiffel....  Com aparencia solida e simples ao mesmo tempo. Com suas curvas e e tronco alongado.A Torre Eiffel me lembrou uma mulher. Uma francesa misteriosa e gamurosa. Daquelas tipo Brigitte Bardot. Debaixo da torre me veio a imagem de BB na cabeça e lembrei da frase dita por alguem .... " E Deus criou Brigitte Bardot ".
Em Paris passeamos, fotografamos e demos nossas mancadas, como todo brasileiro seria capaz de dar.
Uma das vezes em que procuravamos a estação de Metro, por exemplo, do nada nos aparece um rapaz linnnnnnnnnnnnnndo que além de nos informar nos levou  ao local.
Impressionadas com a beleza do rapaz Ro e eu aproveitavamos para tecer elogios a ele em portugues até que chegamos na estação e para me despedir  agradecida pelo favor  tão agradavelmente prestado pensei em dizer-lhe que era " trés gentil " ( muito genti l),mas..... como com o inconsciente ninguem pode eu disse " Tu és trés jolly." O que significa....( Voce é muito bonito ). O rapaz fez cara de surpreso e so neste momento eu percebi o lapso. 
Tinha tambem a Etoile, uma menina de uns sete anos que ficou amiga da gente. Morava num mercadinho na esquina do nosso hote onde compravamos vinho e guloseimas. No primeiro dia ela achou a estrela que trago ao pescoço bonita e gritou para que os pais olhassem. Na hora não entendi, só depois de saber seu nome. Etoile, estrela, Estela.
          Monparnasse,  discreto bairro que nos acolheu, Monmatre com sua bohemia, as igrejas e o City tour  privado que cobriu cada ponto turistico com direito a um Croque Monsier vez ou outra, além de um chocolate  com uma torta de limão Siciliano no Angelina Café. Um cafezinho no Café de La Paix e outro no Des Magots. E tome de Metro quando estavamos por conta própria. 
          Ro e eu apanhando para conseguir falar do orelhão com o Brasil não deixavamos  a telefonista completar sua fala e voltamos a Tabacaria onde haviamos comprado o cartão pedindo ajuda. No que tivemos o obsequio do dono da Tabacaria nos acompanhando até o orelhão e fazendo a ligação para nós. Algo tão simples!!! Que frances bonzinho!!!
              Do mais era acostumar-se ao teclado versão europeia dos computadores nos hoteis e a surpresa ao ouvirmos do recepcionista do hotel de Paris que poderiamos ligar para o Brasil sempre que quisessemos e que não ultrapassasse de 2 minutos. Uma novidade,( para mim pelo menos).
            Mas a Provence............. merecia um texto a parte......... É show!!!!!!!!!!!! e nos apresenta um desfile de mulheres ligeiramente bronzeadas com aquela aparencia saudavel do campo. Mulheres com rostos originais e elegantíssimas. De novo a beleza de BB e das mulheres de Monaco. Nem um pouco peruas, extremamente bem vestidas na simplicidade da vida provençal. Sapatos de salto medio e roupas bem cortadas. Um Baratooooooooooooooooooo!!!
                Fiquei impressionada com a decoração na Provence. É um rústico com detalhes modernos. Tipo casa Vogue, sabe? Enfim......muito bom gosto. Como disse minha amiga Francisca a simplicidade da França é luxuosa. Assim como era BB. Ainda ontem fui ao teatro assistir uma apresentação de ballet de Amanda e teve um ballet sobre a Marilyn Monroe. Fiquei pasma de constatar que BB era infinitamente mais bonita que ela e com muito mais bom gosto. Uma mulher naturalmente bonita que não precisava apelar para nada.
               Cobrimos a Provence guiadas por duas mulheres que falavam frances, ingles e espanhol. Num carro super confortavel somente para nós tres. Ro, Negão e eu. Um mimo que nos concedemos. Tudo na Provence parece leve, de bom gosto e saboroso. Todas as avenidas fechando em arcos de Bordos plantados de um lado e de outro. Um retorno à vida saudavel e natural.Sofisticada  na medida certa. Tem se a impressão de que estamos vivendo com o charme e a segurança de 30 anos atras.
          Voltando a Paris chovia uma chuva fininha que se transformou em sol na manha seguinte nos ajudando a visitar os lugares ainda não visitados.
O Bateau Mouche, o Louvre, O Dorsey, a Ópera e a Galeria Lafayette,  outra vez, e....... ultimas compras.
               Graças a Deus perdemos mais uma vez a grana do seguro que cobria saude e chateações.
                Enfim ....a viagem foi maravilhosa e renderia mais  se a memória não me falhasse neste momento. 
                 Eu volto. Fica o compromisso.