quarta-feira, 9 de maio de 2012

Fico pensando se é valido

          Não me cabe o papel de rabugenta, mas escrevo para inquietar, fazer pensar. Fazer o que se acredito no recurso???
          É sabido que a sociedade e a mídia projetam papéis algumas vezes nada verossímil à vida nossa de cada dia. E sabe-se também o quanto nós, os manipulados, nos esforçamos para nos adequarmos a imagem tão bem trabalhada(?!?)
          Observando outdoors e publicidades em revistas percebo claramente a que público se dirigem os mesmos.
           Falemos por exemplo da Terceira idade. Me recuso a chamá-la de Melhor idade. Me parece deboche ou premio consolação. Tendo a longevidade e a qualidade de vida aumentado (para alguns) graças à ciência e a comportamentos adquiridos nos últimos tempos o que vemos nos outdoors de planos de saúde, títulos de turismo ou implantes dentários são casais bonitos que aparentam realização ,saúde e paz de espírito de fazer inveja. Verossímil ou não me passam um sentimento legal. Tipo: É ... to chegando lá, mas não parece tão mal.
          O mesmo acontece com a imagem de quem está almejando a compra da casa própria  Geralmente casais jovens com filhos nos ombros em meio a uma natureza verdejante gargalhando de felicidade.
          Os dirigidos às mulheres entre 30 e 40 anos exibem mulheres poderosas, bem sucedidas na profissão empunhando bolsas como as das executivas Nova Yorkinas ou  sexualmente resolvidas haja visto os beicinhos ou olhares que traduzem prazer.  Geralmente... dressed to kill.
          O que me incomoda e entristece é ver as fotos que se dirigem aos mais jovens. Aqueles entre 16 e 22 (?) Mais ou menos. Estes que, via de regra, seriam os que poderiam exibir melhor saude e  alegria de viver nos aparecem com um olhar ora distante ora perplexo, frustrante e vazio, indiferente e alienado.  Sofridos enfim.
 Fico pensando.... ora que público tão desesperançado é este? Logo o mais jovem? Impossível. Penso nas minhas netas  brincando cheias de vida. O que acontece com a pós infância hoje em dia? Como educadora compreendo que é uma fase difícil para o adolescente, mas desesperança e alienação me incomodam . Muito. A ponto de me fazerem escrever um pouco.
           Me parece uma forçação de barra. Puxa vida! E se de tanto vermos tais imagens nos convencermos desta realidade doente?
           Sei não. Me lembro de , quando adolescente, haver uma propaganda de um tennis que tinha como refrão...." Pise firme que este chão é seu!". Ouvir aquele refrão me passava uma fé e uma força difícil de serem encontradas hoje. 
Uma pena!  para dizer o mínimo.?
Fazer o que?
Que tal começarmos a pensar um pouco?
Só uma sugestão. Rabugenta para muitos.

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