segunda-feira, 29 de setembro de 2014

_ Tem borracha aí?


                                                                                 

          Trabalhando num projeto de Biodança e ação social o grupo escrevia escrevia e buscava palavras e mais palavras, conceitos e detalhes.
O tal projeto atenderia a crianças de uma escola de periferia chamada Julia Kubitschek.  Eu costumo dizer que é no processo que aprendemos porque é a hora que buscamos todo e qualquer tipo de informação e conferimos escritas e intenções de fala.
Em determinado momento não sabíamos mais escrever Kubitschek ( cansaço das horas ). E alguns se poem a procurar na internet tal palavra . Neste momento me bate uma impaciencia tamanha  e digo. _ Gente muda o nome da escola. Isso é fictício. Porque não Canarinho Amarelo ?
Explico: Minha mãe não tinha estudo academico completo, mas era de uma sabedoria de vida que hoje chamariam de inteligencia emocional.. Para a época dela ela era apenas safa.
Quando eu estava ali pela quinta série estava um dia escrevendo um redação para nota e me bateu uma duvida quanto à palavra devagar no diminutivo. Perguntei: Mãe o certo é devagarinho ou devagarzinho?
Ela me olhou, pensou e perguntou. Tem borracha aí, filha? Sim , respondi. E ela:.... Então  apaga e põe "lentamente". Fim de papo.Voltou para seus afazeres. Que eram muitos, por sinal.
Dia desses fazendo a tarefa de casa com a Amanda tanto eu quanto ela esquecemos do paragrafo. Bia chegou, viu e não aceitou a displicencia pediu que Amanda apagasse. Ela apavorada perguntou: Apagar tudo , mãe? Sim respondeu Bia. Ela olhou para mim em panico. O paragrafo começava com o nome de um gato e este se chamava Honolulu. Lembrando de minha mãe eu disse a ela... Apaga Honolulu. Vamos mudar o nome do gato. Ele vai se chamar Bill. Nome pequeno e assim não precisaremos apagar tudo. Amanda me olhou em cumplicidade e seguimos em frente.
          Espero ter passado um pouco de jogo de cintura para Amanda. Amém!

Dona Naná tá danada. O santo dela desceu!

                                                                               

           Dona Naná é dessas pessoas animadas , prestimosas e que gosta de curtir a vida à doidado. Porén dona Naná andou sumida. Dela e dos outros. Andou por aí sem brilho, falando baixo, sem opnião ou querencias. Apagadinha que só!!!

          Dona naná tinha um sonho. Sonho de ir à Italia. Dona Naná costuma dizer que mais vale um gosto que um posto; o que nem sempre é verdade.

         Seguindo seu desejo mais profundo arrumou as malas e se foi. Cheia de galhardia quando pisou em solo Italiano modificou seu comportamento.

Em Biodança diríamos que algo a tocou. Se tocou ninguém sabe ninguém viu mas que a danada não parava de falar isso não parava.

          Foi à uma noite Italiana regrada a show e comida boa e dona Naná se soltou. E de lá para cá só pensa em viajar, ir ao cinema, comer pizza, levar o cachorro para passear, ler o jornal, tirar os documentos que estavam pendentes para isso e para aquilo, curtir as netas e cantar. Passa o dia indo para a rua. Tem sempre algo a fazer ou comprar.

Socorro! Alguém me ajuda a tirar a pilha de dona Naná? É que tenho medo dela cansar!
         Dona Naná tá danada. Parece que o santo dela desceu! dizem por aí.

 Que ele a ajude a se manter por aqui.

domingo, 21 de setembro de 2014

Como assim ?Luquinha se aposenta aos sete anos?



                                                                   
         


            Lucas é um dos futuros amigos de infancia de minhas netas Amanda e Julia.
Já me chama de vovozona e seus pais fazem parte de nossa "tribo".
            O olhar do Lucas é meigo e cheio de luz. Um menino de ouro, como diriam os antigos. E, como disse Amanda uma vez," um menino que topa de tudo". Falavamos de companheirismo escolar.
Recentemente em festa das netas eu conversava com a mãe dele, Euritima.
Conversa vai conversa vem chegamos a um papo de casamentos e ela me contava que Lucas tinha ido provar uma roupa para ser pagem pela terceira vez na curta vida de  sete anos.
 Aposto que seu sucesso vem de  sua meiguice.
          Palavras da mãe: Estávamos na loja e o Luquinha começou a conversar com outra pessoa que estava fazendo provas também.
           O menino contava para a moça que na primeira vez que ele foi pagem de um casamento ele disparou e saiu correndo pelo tapete central da igreja quase derrubando o fotógrafo.
Na segunda vez ele já se controlou melhor mas ainda não ficou satisfeito com sua performance.
_Desta vez agora, dizia ele, quero caprichar até porque depois deste casamento eu me aposento! Cansei, sabe?  
         Cansado talvez por ser do tipo que leva tudo a sério. Ou talvez se considere crescido demais para tão compenetrada missão.
Agora... dorme com um barulho desses!!!
          Lucas tem sete anos de idade, 20 e tantos de meiguice e comprometimento e uma vida toda pela frente; mas pasmem... Já quer se aposentar!
       Quero terminar aqui deixando um beijo grande no coração deste menino e de seus pais. E desejando que nossa amizade se perpetue para alegria geral da galera.
          Se Dr Delamare estivesse na festa teria dito... Criança diz cada coisa!!!