Início de ano. Volta das férias e a turma da pintura decidiu tomar um chá juntos para matar as saudades.
Chego no café e vejo que a Palhares está lá para alegria de muitos. Minha, por exemplo. A Palhares é daquelas pessoas para as quais o Oswaldo Montenegro faria uma super letra de musica. Uma piada.
Inevitavelmente falamos da intolerancia das pessoas nos dias de hoje e de como está cada dia mais dificil conviver em sociedade devido ao isolamento que o ser humano se impõe dia a dia. E falamos do transito também. Gente cortando gente, buzinando impacientemente e outras arrogancias tão banais.
E a Palhares nos premea com mais um dos seus casos. Conta ela que dia desses ela queria encostar em determinada vaga e um motorista de taxi também. Sabe como é não existem mais cavalheiros e, cá pra nós dirigir um taxi o dia todo não deve ser fácil. Acontece que Monica Palhares rapidamente posiciona seu carro na vaga.
Abro aspas daqui para frente para tentar dar ao texto a vivacidade de suas palavras: " Gente este homem me xingou de tanta coisa e me deu tanto dedo que em determinado momento fiquei imaginando quão expert ele seria com o uso do mesmo. Aquilo foi me dando um calor de revolta ou de tesão. Não sei dizer ao certo. Só me lembro que terminei por dizer ao homem onde eu morava e sugerindo que ele passasse por lá umas duas vezes por semana". Agora eu pergunto...Pode?
Outro caso da Palhares. Anos atrás ela tinha marcado encontro com o João, seu marido maravilhoso nas barcas. Centro do Rio. E um moleque pediu que ela passasse a bolsa e ela olhou para ele de cima a baixo, riu e seguiu seu caminho. Mas.... o menino , nada esperto, disse que era por causa de vagabundas assim que se matavam mulheres. Palhares virou para ele sacou os tamancos e deu-lhe uma surra nota dez. Daquelas de deixar o menino nocauteado no chao da Praça XV.
Foi combinado outro chá para final de março. Prometo voltar e contar mais façanhas desta amiga que é tão boa quanto louca. E que Deus a conserve o humor.
Bj