quarta-feira, 18 de junho de 2014

Eu temo toda e qualquer injustiça que eu possa fazer a mim mesma ( Nossas crenças e nossas descrenças)


                                                                   

          Só posso falar a partir de mim mesma mas vou usar o "nós" porque acredito que não estou só e porque tenho esperança de mudar cabeças.
           Desde criança ouvi sempre de meus pais e meus tios a curta frase :... Sua cabeça é seu guia! Infelizmente levei de uma vez por todas para o lado moralista e para mim parecia que estavam dizendo.... Voce que sabe a merda que quer fazer!
 Agora fica a questão: Por que não levei para o lado do bom conselho? Aquele bom conselho que poderia ter me inspirado a ser benevolente comigo mesma incutindo sempre boas crenças na cabeça e no coração? Teria sido uma questão de potencializar minha luz e não minha sombra.
Quanto sofrimento teria evitado se tivesse entendido de uma vez, por exemplo, que a morte nada tem a ver com merecimento! E que a ética nada tem a ver com Deus, mas com o meu sentimento de humanidade do outro, como diz Gasparetto em suas palestras.
Infelizmente somos cinquenta por cento cultura e esta sabe bem nos fazer sentir menos. Menos bonito, menos magro, menos rico, menos adequado e bla bla bla .
Mas a crença é minha. Fui eu que entendi assim ou assado e trouxe todo este lixo paralisante para a minha vida. Crer na justiça dos homens? Que homem? Este que está por aí tão perdido quanto eu? Crer no acerto de contas? Quantas vezes deixei de ser eu mesma porque duvidei da bondade da vida! Da misericordia divina que Boff defende.
Tem pessoas que são mais leves porque são ou foram mais livres das crenças perturbantes. Pessoas que conseguiram viver a vida dando menos foco para os defeitos e enganos. Se auto perdoaram. Se aceitaram do tamanho que eram. Sem arrogancia. É a minha arrogancia que me faz perseguir a ilusão de ser perfeita. Para que? Para quem?
Somos humanos mas nos consideramos quase deuses. E por sermos humanos somos assim mesmo: Bondade e mesquinhez. Cansaço e disposição. Mágoa e perdão.
Tenho descendência portuguesa o que já faz de mim uma pessoa contraditória o tempo todo. Se estive zangada já passou. Ou não. E no caso perco do convívio legal que era aquela relação. Guardo ressentimento,sim. Por outro lado num momento de dor maior guardo a vaidade no saco e me torno parte de um caldo emocional que dá muita liga. 
Passo anos sem ver ou procurar determinada pessoa porque a vida passa rápido, mas por ocasião de uma doença ou de uma morte conecto rapidamente com meus familiares como se os visse a cada natal. Uma afinidade de abalar qualquer diferença anterior.
 No final tudo se resolve. Dizia minha mae.
É no final tudo se resolve. Quero esta frase como lema, como religare e como crença maior para mim a partir de agora e que nenhuma descrença tenha força para bani-la do meu coração. E que , de peito aberto, eu busque a luz!
Amém!!!