sexta-feira, 30 de março de 2012

Répètez, s'il vous plait !!!

                                                                             
                          Dá licença? Tenho um caso novo. Bora rir um pouco.
Que o Wilson tem um problema no ouvido a gente já sabe. Ossos do ofício. Ainda no Exercito quando era jovem estava limpando sei lá o que e um canhão disparou inutilizando seu ouvido esquerdo. Forever.
O resultado é que as vezes a gente fala de viola e ele entende vitrola, mas... tá valendo. 
                    Ainda no sítio estavamos Wilson, a Ro e eu em torno da lareira conjecturávamos nossa viagem a França e ao sul da França. Planejávamos que passeios fazer e que tipo de roupa levar. Eu sempre com frio e Ro cheia dos calores! E que sapatos confortáveis comprar uma vez que se vai andar bastante. Falávamos de fazer as aulas de frances da BBC pela internet para "lembrar" nosso frances e de quantos euros levar. Coisas do tipo.
Conversa vai conversa vem a gente sempre começa a falar de problemas. Lamentavelmente!!!
Falávamos então da perda que sentimos no nosso ritmo de vida e no tesão pelas coisas. Ro  dizia que esperava vibrar mais com a viagem. Eu ouvia atentamente e, aqui entre nós, me via no seu lugar em alguns pontos da conversa.
Falávamos também da possibilidade que temos, agora que estamos aposentadas, de evitar atividades estressantes, etc...
Voltando à falta de tesão pelas coisas. Falávamos que é uma falta de vibração mesmo. Será que é porque se tornou fácil viajar para o exterior? perguntava ela. Acho que não, eu dizia. Acho que as coisas já não nos animam tanto, mas tão pouco nos frustam tanto caso não aconteçam. Se der a gente viaja, caso contrário... tá bom também. Nada tão desapontador como seria se ainda tivéssemos 30 anos de idade.
Mas..... vamos ao caso, ora abolas!
                     Num dado momento a Ro insistia em perguntar se não era para a gente estar vibrando porque vamos À Provence. A Ro é alta e levantou os braços lateralmente e perguntou... Voce não acha, Wilson, que deveríamos estar dando saltos altos assim? Apontando com o braço a altura que deveria ser o salto. Impossível para mim devido aos meus 1.50mts, diga-se" by pass ".
No que Negão respondeu imediatamente.... Acho que não, Ro. Acho que voces trabalharam 30anos de salto e isto pode ser álibi para agora escolherem saltos baixos. Afinal, dizia ele, como diz a minha mulher ...onde é que está escrito que mulher tem que estar no salto? Se não está nem na biblia nem na constituição é falso mito. Ponto final futebol clube!!!
Em uníssono perguntamos as duas: O queeeeeeeeeeeeeeeee? O que é issooooooooooooo? Enlouqueceu?
E caimos na gargalhada....
Menos Negão! Estamos falando do verbo saltar!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ah Tá! é que eu entendi...........
"Congela" Negão!!!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Millor Fernandes

                                         
"Feliz é o que você percebe que era
muito tempo depois!"
Minha homenagem a Millor Fernandes. Que continue irreverente lá no céu.
1924 - 2012

terça-feira, 27 de março de 2012

A cura espiritual ( ou...de mãos dadas com nossa criança )

               Filosofando um pouco com Marina sobre Deus, Buda e religião deparamos com a nossa infelicidade diária (  nossas culpas, raivas, medos, decepções ) e tantas outras emoçoes que nos adoecem  Comento com Marina sobre a sutil diferença de se colocar uma idéia.  Traduzindo.... Quando pequenos os adultos, bem intencionados que são, nos reforçam a idéia de que Deus/ Buda vai nos suprir de tudo o que é bom. Amores, empregos, sucessos e bem aventuranças eternas. Resultado? Ficamos meio que num "sofá esperando". Alguns até cochilando e sonhando com o sucesso. Ou   à deriva. Passivos (?!)
                Vamos combinar? Deus ou Buda podem dar uma forcinha, mas os protagonistas seremos nós.  Difícil? Sim, muito. Porque não nos disseram que temos uma parte divina que fica oculta até que chegue aquela crise e nos ameace a vida. Aí... a nossa parte divina sai da zona do conforto e vai procurar ajuda, terapia e auto conhecimento. É a busca do homem desde que ele anda pra frente, diz meu amigo. Nestas buscas ganhamos força. Ainda que não acreditando muito, ganhamos. E mesmo que seja pouca é o pouco que é muito. Porque veem de nós, do interior e não de fora.
                Pensemos numa dor física. A gente que ir a um médico, mas ele só tem hora  para daqui a uns dez dias. O que fazer? Melhor olharmos para a nossa dor e tentarmos fazer algo por nós ainda que contando só com a gente mesmo. Neste caso podemos começar hoje mesmo. Ou melhor. AGORA! 
         Isto me faz lembrar de um livro chamado O poder do agora. Muito bommmmmmmmmmmmmmmm. Daqueles que aos pouquinhos vai fazendo a gente ver que o que colocarmos na nossa cabecinha vai ficar. E ainda , de quebra, nos mostra que se estivermos no agora estaremos com nossa parte divina.
Como assim? O que é isso? Simplificando bastante..... Se não estou no agora estarei ou no passado, lembrando talvez de alguma tristeza ou indignação, ou no futuro , programando algo que nem sabemos se vai ou não acontecer.
          Como estar no agora? Se estou no trabalho e minha atenção está no que eu estou fazendo o passado não me perturba e o "Galvão Bueno" que tem dentro da minha cabeça. Silencia. Oh Coisa boa! Que alívio! A isso chamam Cura Espiritual. E é mesmo uma cura. Afinal tudo tudo que nos acontece começa e termina dentro de nós mesmos. 
                Mas, voltando..... Bora ver se a gente aceita de uma vez nossa parte divina e a retroalimenta com bons gestos e bons sentimentos. Que a gente consiga olhar para nós e enxergar a criança sofrida que temos dentro de nós e decidamos fazer algo por ela.  Talvez cuidar dela como cuidaríamos de alguém que amassemos muito. Somos mestres em fazer um chazinho para alguém doente. Bora nutrir nossa alma de chazinho também, nem que seja para variar.
               Vale a pena tentar!!! Afinal... tudo que fizermos em proveito próprio estaremos fazendo pelo próximo. E a galera é grande. 
                Estaremos, no mínimo, multiplicando nossa parte saudável.
E já é muito se considerarmos que não deixa de ser a cura pelo amor.

domingo, 11 de março de 2012

Podem os olhos mudar de cor?

                  Não me refiro ao uso de uma lente para mudar a cor dos olhos.
Algo curioso aconteceu este mes de Março. Chegamos no sítio no dia primeiro e como estava combinado a priori tia Irene foi ao aeroporto encontrar conosco para subirmos juntos.
Hoje dia 11 de Março ela voltou para o Rio. Antonio veio buscá-la. Foram dez dias de papo, confissoes e peplexidade. Andei perplexa porque pela primeira vez percebi como tia Irene está aos poucos parecendo com a doce Emilia. Desde o modo de caminhar e o tornozelo engrossadinho até a suavidade nos gestos e a educação à mesa.
Porém houve algo desta vez que me deixou boba. Mesmo. Os olhos de Emilia eram de um cinza ligeiramente esverdeado. Já os de tia Irene eram castanhos claros. Para minha surpresa, porém, percebi os iguaizinhos aos da vovó. Fiquei arrepiada e estou pasma até agora. Na hora da despedida papai chorou, como sempre. Já eu fiquei com um nó na garganta. Nos despedimos na varanda dos fundos. A tarde ensolarada me mostrou a mudança total da cor dos olhos da tia. Aí ela abriu os braços para me abraçar e me chamou de Anginha, exatamente como Emilia fazia. Na hora eu já não sabia mais quem estava se despedindo de mim.
A tia se foi e eu fiquei triste. E com a tristeza vieram as dores. No peito, no estomago. Saudades, talvez.
Alguém já disse que a uns Deus os quer doentes, a outros Deus os quer escrevendo. Assim.....
Vou tentar escaniar uma foto de vovó e outra  recente da tia.
Enquanto não providencio isso fico com a imagem dos olhos cinza esverdeados me olhando e me abraçando e com a ultima frase dita por ela antes de sair.
" Filha agora a gente se ve em Maio em Brasilia, no aniversário de Julia"
Pois que venham!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Vivi passed away

                                                                                 
       Vivi, nossa ternurinha, passed away. Se foi!
               Não é esnobismo não, é que esta foi a maneira mais suave que consegui para falar da morte de alguém tão delicado. Vivi, minha colega de pinturas faleceu aos 85 anos mais ou menos. Nunca sabemos com exatidão a idade de uma mulher. Ainda mais se ela foi a dama que Vivi foi para todas nós. Uma mulher que acompanhava muito bem o papo das mulheres mais novas, ainda que as vezes , corada.
               Decidi fazer uma homenagem à esta amiga contando algumas de suas peculiaridades .
               Vivi era muito carinhosa e gentil e , sendo assim gostava de presentear. Nos finais de ano quando a turma se reunia e sorteava um amigo oculto ela trazia, além do seu presentinho, uma lembrancinha que chamava de "apenas uma ternurinha" para todas as participantes e  seus maridos.
                Certa vez eu, ela e mais uma colega já havíamos adiantado nossas telas e decidimos ir ao salão ao lado do atelier para fazermos as unhas. Em determinado momento a manicure pergunta para a Vivi.... E então dona Vivi que cor vamos por hoje?   Voce escolhe filhinha. Mas lembre-se... tem que ter um arzinho de puta ou ninguém mais me olha. Disse isso. Piscou para nós e disse... Por ninguém voces entendam os homens. Vivi era assim. Autentica. Falava de suas coisas e da "coisas" vividas com o marido, já falecido, como quem declamava um poema.
               Infelizmente há uns tres anos Vivi começou a mostrar sinais do alemão. Tinha medo de sair. Dizia que as pessoas tinham entrado na casa dela, etc.... Com isso. Se recolheu e não foi mais ao grupo. Uma pena!!! Era um ser humano rico em experiencias e bondade. Simpatica mesmo. Tratava a gente por "filhinha".
               Nos vernissages estava sempre no salto, de batom e brincos. Uma gracinha.
               Houve uma época em que eu a chamava de Primeira dama de Itaipava. Foi quando eu quis que ela e papai namorassem. Mas ela ria e dizia que tinha vergonha de voltar a namorar tão velha. Outra pena! 
               De outra vez, também no salão, a cabeleireira perguntou-lhe... D. Vivi a senhora vai cortar comigo ou com o Carlos? Ela olhou para um e para o outro, piscou para a cabeleireira e respondeu. .....Gosto dos dois, mas vou cortar com ele. Há muito tempo um homem não põe as mãos em mim. Fica triste não tá? filhinha? Da próxima vez.....
               Existe um filme com o Robin Williams que se passa no céu. Sua esposa havia sido uma artísta plástica. Agora me veio uma cena da esposa pintando paisagens lá no céu. Pensei... Por que não? Desejo que Vivi esteja pintando o sete lá por cima literalmente, no bom sentido e no mal, também. É como ela era.
                Bj Vivi. A gente se vê um dia.
                Bem longe de hoje, eu espero.
                " Fica triste não, filhinha!"


segunda-feira, 5 de março de 2012

Mais encanto para você com Cashmere bouquet!

               Para aqueles que não lembram ou que não viveram a época o título desta postagem era o slogan dos produtos de beleza da linha Cashmere bouquet na década de 50.
De volta a Itaipava dou uma passadinha no Armarinho Itaipava. Sabe como é independente da origem do produto que voce precise a probabilidade de encontrar no armarinho é grande.
Há muitos anos em Itaipava o armarinho, que de armarinho tem pouco atende sua clientela cativa cem por cento, penso eu.
               Um goiano diria que é um estabelecimento entulhado de mercadoria. Eu diria que é repleto de apetrechos, panelas, pente Flamengo, louças, linha, agulha. O lugar é tão cheio de mercadoria, inclusive por cima do balcão, que quando se entra pensasse que não tem ninguém para atender até que de repente  parece brotar do chão a figura do Uelton ou da Arlete.
               Chegando ao sítio ponho a chaleira no fogo para um café e tia Irene se apaixona pela mesma e mostra interesse em comprar uma igual. Respondo ... tem no Uelton. Quem é o Uelton minha filha? Uelton do Armarinho Itaipava.
Dia seguinte mostra interesse por umas refratárias pequenas. Respondo... tem no Uelton. Agora ela já sabe o que é o Uelton.
No terceiro dia cai um botão do pijama de papai e digo ... Preciso ir no Uelton comprar linha.
Aí ela pergunta: Filha este Uelton tem tudo?
 Senão tudo, quase tudo, tia.
Onde fica?
Pertinho do Bramil, respondo.
Depois me leva lá? Claro, preciso ir lá também.
               Chegamos ao paraíso das compras .Enquanto ela fica descobrindo bacias do tempo da bisa Tereza, coador de chá, óculos escuros, dedal, colher de pau, lampeão e  coadores  de café de pano que são os melhores ( costumo levá-los para Brasília quado vou embora. Fazer o que? sou do tempo do café passado no coador de pano e com açucar na água. Os diets que me perdoem, mas tem outro gosto. Gosto de café da roça).
 Fico conversando qualquer coisa com a Arlete.
 Isso aqui é uma maravilha, diz a tia.
Até que....distraída e sem meus óculos vejo uma circunferenciazinha cor de rosa na vitrine. Me assusto e pergunto...Uelton isso aqui não é o que estou pensando... Um pó cashmere bouquet?
Claro que é diz ele.
Gente! Não pode!
Pooooode! diz ele
Risos. Muitos risos.
               A linha cashmere data da minha infancia. E olha que não foi outro dia!
Quase peço para ver na minha mão, mas me contenho.
Talvez seja isso que tanto me atrai em Itaipava. Ver que o passado e o presente andam de mãos dadas. Numa boa! diria um carioca escolado. Itaipava  tem uma rotina que  mistura  gerações e suas atitudes. 
Mesmo no Armarinho Itaipava voce pode ser atendido pelo Uelton, pela Arlete ou pelo sr Vininho, um velhinho silencioso que parece ser a alma do lugar. Toda vez que escarafuncho por lá fico imaginando que pode ter sido ele quem de início tocou a loja. 
               Voltando ao cashmere bouquet pergunto ao meu marido. Será que o Uelton tem Leite de colônia? Só indo lá para ver, filha.
                Vamos hoje a tarde. Hoje é segunda feira e o comercio local só abre depois do meio dia.
Em outra postagem eu dizia que Itaipava no meio da semana parece uma cidade sonolenta.
Afinal chega de correria... parece  pensar o pessoal daqui.
Graças à deus!!!
A quem possa se interessar pela linha Cashmere bouquet o armainho fica na  Estrada União e Industria, 11985. Itaipava. Petrópolis. Rj.
Vale a visitinha. Alguma mercadoria vai trazer de volta os anos vividos com seus avós. Ainda que seja um regador galvanizado.
Confira!