segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ahhh aqueles carnavais

                  Daqui da minha varanda do sítio observo papai fumando e ouvindo Romanticos de Cuba pela enésima vez, hoje. E penso... gostaria de ouvir algo mais alegre e sugiro musicas de carnaval, o que o faz se lembrar dos carnavais da minha mocidade. Curioso... não lembrar de sua propria mocidade.. Penso o que ele quer dizer com isso? Imagino que esteja querendo mostrar me o pai companheiro de folias que foi; ou... falaria dos dele e não dos meus. Lembra filha quando voce foi no primeiro baile noturno com quatorze anos? Lembra quando aos dezoito anos voce me pediu para deixar a barba crescer? Lembro, respondo. Eu gostava de barba naquela época.
E começa a falar dos bailes idos no Grajau Country Club com a familia de tia Olga,  Tia Wanda e Tia Diva.
Éramos todos mais jovens naquele ano de 1968. A vida era segura e os bailes também ; talvez por isso eu tenha conseguido convencer papai a me deixar ir ao  noturno. Mamãe não teve de ser convencida de nada. Topava tudo. Queria que vivessemos tudo. Bendita seja!!! Vivemos de tudo na hora certa!!!
Lembro de papai insistindo que eu tinha cara de criança e de mamãe dizendo que era para eu caprichar na maquiagem e usar saltos, ao que injuriada perguntei E como me divertir de saltos?
Só para entra no baile, filha. Depois voce tira e deixa os sapatos debaixo da mesa. Minhas filhas que não leiam esta parte. Eu particularmente  considero infame os finais de festa onde alguma insana tira os sapatos de salto alegando cansaço. Tá cansada vá para casa dormir, mas não desmereça a classe. Já chega o que anda por aí.  Nunca permiti que minhas filhas fizessem isso, pelo menos na minha frente. E olha que Marina tem um dedinho quebrado que não combina com saltos. Mas.... vamos voltar aos carnavais.
A cada ano minha mãe e minhas tias bolavam as fantasias para o grupo todo. Criança e adulto. Marinheiros, feitos com as cortinas velhas,( mas isso é assunto para outra postagem) sarongues, apaches, pareôs.
Os clubes montavam desfiles no quarto dia e muitas vezes ganhamos o segundo ligar em originalidade. Me lembro de pensar que o premio para a categoria luxo era mais legal. Só hoje entendo que originalidade é sinonimo de  criatividade, o que faz de minhas mulheres pessoas muito especiais. Afinal.... fazer bonito quando se tem condiçoes é fácil, do contrário... exige mestria.
No ano que fomos de pareo abalamos Bangu. A orquestra parou e nos cumprimentou com a cabeça. Ganhamos a noite. Havíamos sido reconhecidos em nossos esforços.
O tecido era branco com tons de laranja e sendo assim pintamos nossas unhas de branco e laranja. Um escandalo!!!
Emancipação garantida passar a frequentar os bailes durante o ano foi fácil. Eram bailes com Ed  Maciel e banda. Ed Lincon e outros.
E assim foi que minha juventude foi embalada por musica boa, amigos, parentes e segurança. 
Voltando aos carnavais lembremos um pouco as canções. Mascara negra, Bandeira branca, Tá chegando a hora e a diva Cidade Maravilhosa.
Eram os anos sessenta e o Rio tinha um glamour particular. Era o Rio da garota de Ipanema, da Bossa nova, da Tropicália e do sem lenço e sem documento. Sério. Era assim mesmo. Nem lembravamos de documento quando íamos a um baile. Não precisavamos provar quem éramos. Tudo era mais fácil. Nossa palavra bastava. Bastava que meus pais dissessem na portaria do clube que já tinhamos 18 anos e piscassem os olhos. Estaremos com eles, eles diziam.
Oh saudade!!!
O jardineira porque está tão triste?
Ai que calor oh oh oh oh oh oh.. Vou beijar-te agora não me leve a mal hoje é carnaval!!!!
E mamãe ficava sentadinha esperando a gente voltar para o salão.
Juntava a turma e dizia ...." Bora gente! Mes que vem tem mais!!"
Graças a Deus!!!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Onde dois ou três estiverem reunidos...

                                                                       
      Finalmente chegou o 14 de janeiro de 2012. E o tão esperado almoço de reencontro dos amigos aconteceu com direito a risos, sol, lembranças, choro e histórias.
       Silvio havia ficado de contactar o Romulo e o Cristiano. E contactou. Mais.Foi o primeiro a chegar com sua Carol e seu Miguelinho. Bonita família. Logo depois chegou o Romulo e mais tarde o Cristiano com  Miriam e  rebentos.
         Marina, Bia e Dudu estavam na feirinha, mas logo chegaram também. E rolou a festa.
     Pude perceber a sabedoria de Artur da Távola que tão bem explicou afinidade. Segundo Artur, afinidade é um dos mais nobres e verdadeiros sentimentos. Pois, onde houver afinidade as pessoas podem estar distantes pelo tempo que for (no nosso caso 23 anos) e no momento em que se encontram retomam exatamente do  ponto em que se separaram.
         E foi desta maneira, que o sábado do almoço decorreu com historias e mais historias. Haja coração!!!
         Mamãe esteve presente. E como!!! Rimos muito lembrando seus casos.
       Em determinado ponto do almoço, ainda à mesa, olhei cada uma das pessoas e fiquei pensando em quantos universos se encontravam ali e senti tanto amor que decidi postar o texto com o título acima uma vez que, sem sombra de dúvidas, onde dois ou três estiverem reunidos em nome do amor, da alegria e dos bons tempos ali estará o maior dos mestres.
        Quero deixar aqui um beijo no coração de cada uma das pessoas que facilitaram e testemunharam a segunda geração convivendo aqui nesta casa que é tão nossa.  Alguns vindos de outros estados, outros ali dos lados de Pedro do Rio. Deixo também não um convite, mas uma intimação para que em breve a gente compartilhe nossa amizade outra vez. Quem sabe em Julho deste ano ou janeiro de 2013?
         Cristiano muitíssimo grata pelo carro que nos emprestou.
         Silvio pedi ao caseiro que plante a orquidea no jardim.
         Romulo, Bia, Dudu e Marina não sumam daqui.
         Enquanto a gente não se vê outra vez a gente vai se falando on line.
         Palavra de escoteiro???
         Ótimo. Assim posso pedir um amém.
         Um brinde à vida!!!
         P.S. As fotos retratam o grupo completo e a segunda geração.
         Bjs