domingo, 29 de agosto de 2010

Quiz show

 E a pergunta não quer calar !
 Façam suas apostas!
 Mais um quiz show!
 Castanhos!
 A resposta está.......
 Incorreta!
 Dou-lhe uma
 Azuis?
 Talvez!
 Verdes?
 Dou-lhe duas!
 Pretos!
 Dou-lhe tres!     
 Cinza esverdeados?
 Confirma ?
 Hoje estão cor de mel!
 Depende da roupa!
 Dou-lhe quatro!
 Cinza azulado!
 Caramelos!
 Cor de burro quando foge!
 A resposta está.......correta!
 Os olhos de Júlia serão.......

Ai ai ai ai ai ai ai....Tá chegando a hora.....

          Tá chegando a hora. A hora da Bia. A hora da Maroca. A minha hora. 
          Outro dia eu dizia num texto que este primeiro semestre do ano foi um tempo de mães e filhas. Um tempo de Deméter, a deusa mãe. Isso porque nós tres estivemos muito próximas, estes tempos. Bia de licença maternidade, propiciou um estar juntos mais intenso. E isto incluiu Amanda e Jully, no processo.
          Maroca andou sofrendo bastante. E eu para ser solidária, coincidentemente, andei sofrendo demais. Espero  que numa proxima vez estejamos juntas  para rir mais e chorar menos. Mas, valeu!
          Amanhã sigo para casa. Digo para Itaipava. Ando meio que homesick. Ficarei por lá durante os últimos dias da licença de Bia; o que significa que quando eu voltar já não estaremos tão próximas no dia a dia tão cedo.
          Maroca tem duas viagens à trabalho programadas. Já to com saudades.
          E eu, assim que voltar de Itaipava, descanso 15 dias e depois viajo outra vez. Inverness vai sair. Mesmo. Um pouco atrasada pela cirurgia a que me submeti, mas sai.
          Vamos nos estranhar. Como se diz em espanhol. E me pego pensando que "Foi bom e sempre será."
          Depois de tanto tet a tet, de tanto corpo a corpo vamos sentir saudades. Saudades de tudo que foi compartilhado e de tudo que um dia vamos compartilhar.
          Ah nem, seu Tião. Paxonei por elas!!!
          Um breve descanso e a gente volta a se encontrar e tomar mais um Nexpresso. Como onde? Na cozinha da casa da Bia Igualzinho hoje cedo. Igualzinho sempre. A cozinha da Bia... Aquele grande útero branco onde buscamos a nutrição nos dias de família, os domingos. Com cachorro, biso, telefone tocando, roupa batendo e muita gente falando junto. Água de coco, cerveja e café.
          Gostaria de um dia gravar as nossas vozes se misturando num quase samba.
         Muuuuuummy! Mamuska! Amanda!  Fofa! Pururuca! Santinha! Jully! Maieeeeee! Mafalda! Bia! Irmã! Maroooooca! Roldis! Vovozona! Ju! Geeente! Lalá! Dindaaaa! Mamãe! Tia Bia!
          É ...A vida tem muitos chamados. Ouve quem tem juízo.
          O dia já vem raiando, meu bem, eu tenho que ir embora....
     

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um sino que toca...Horizonte sem fim

          Boneca de cetim é o nome do blog de Juliana, minha neta. A Juju, meu balangandan!
          Noite dessas, sem sono, me fui, como diz o gaucho, escarafunchar seu blog. Suave e sensível. A cara da dona! Ou melhor da doninha. Ela é pequena . Só na estatura. Seu coração é grande e a vontade de crescer, maior ainda.
          Vale a pena conferir. No blog Ju cita escritores, livros e filmes. Tem requinte na escolha das fotos que posta. E escreve. Ou melhor,descreve-se. Quem a conhece logo a reconhece no texto entitulado "Exagerei". É uma tomada de consciencia. Um reconhecimento de se ter extrapolado, estendido, exagerado. E se põe a prantear. Sinto vontade de contar-lhe que um poeta italiano chamado Luciano de Crescenzo dizia que..." não existe a palavra exagero no vocabulário do amor."
         Ora, somos seres pensantes, mas também somos seres amantes.
         Portanto, querida, não sei se é tão ruim assim exagerar. Se partirmos da ideia de que só exagerou aquele que antes gerou, concluímos que nos monentos de exagero talvez tenhamos vivido com intensidade. Moderar  é para os velhos de coração. Moderar nos limita o viver.
          Tá bem. Tá bem. Não fica confusa! E nem titubeia! Faz assim: Quando sentir que a vida tá monótona exagera denovo, um pouquinho. Sem culpa! Caso contrário vai temperando a vida , mesclando doses de exagero com doses de moderação. Afinal é sabido que o melhor ainda é o caminho do meio.
          Aquele que nos abre um horizonte sem fim...
          Posso pedir um amém?
         
       

Caue só não tá vendendo o corpo

           Gente Caue vai para Disney. É adolescente e como tal pensa em comprar tudo que ver nos EUA. Caue não tem dinheiro ,Caue precisa fazer dinheiro. Como? Ele ainda não leu Pai rico, pai pobre .Mas...  Tem sempre um mas...Caue precisa aconselhar-se. Ninguém melhor do que Maroca para aconselha-lo. Para quem não conhece, Maroca tem sangue  de judeu correndo nas veias. Conselho vai, conselho vem, Maroca o convenceu a vender. Seja o que for.Queijo, camiseta, bola de gude quebrada, revista velha faltando páginas.Enfim, tá vendendo o almoço pra comprar o jantar.Ou a própria mãe, mas não manda entregar.
          Anda agora querendo fazer garage sale de tudo. No intervalo das aulas na escola seu refrão é: Bala, baleiro, mariola. Moça bonita não paga, mas também não leva. Bolsa, bolsinha, sandália havaiana.
Francisca, adorável cozinheira de Pat, mãe do jovem, agora faz bolos, que ele vende na banquinha.
          Dizem as más línguas que outro dia Bibi,a irmã mais nova, o aconselhou a ir a bazares de igrejas, onde tudo é bem baratinho, para depois revender. Caue é descente. Disse que isto é pecado. Ainda tem gente bem intencionada neste mudo, graças a Deus . Bibi, diz ele, não é porque to precisando de dinheiro que vou me prostituir. No que Rá, a irmã mais velha, pegando o bonde andando, reage perplexa: E quem tá mandando voce vender o corpo? 
          Fala sério!!!!!

Itaipava. Petrópolis.RJ


                A casa de Itaipava. Assim foi chamada por 30 anos.A casa dos meus pais, a casa dos meus avós, a casa da família da Angela, a casa da Ilse, A casa da d. Emília,a casa em frente a Ampla, a casa vizinha da Célia, ou simplesmente Itaipava. Quando minhas crias eram pequenas as vi muitas vezes se referindo à casa como se fosse o município. O município mais bonito de Petrópolis. Das trilhas na estrada Itaipava Terê, das pousadas, da pedra que chora. De tanto nos ouvir dizer. Vamos para Itaipava? Chegou uma hora que era percebível que o que elas chamavam de Itaipava era tão e somente a casa. A casa das férias. Dos primos. Da piscina e da casinha de bonecas. Do salão de jogos e da sauna. Da churrasqueira e do campo de futebol Society.A casa dos quartos de hóspedes e da horta da vó Emília. Da criação de coelhos e da mesa de ping pong. Dos jogos de infancia. Do lateiro Vivo e das jabuticabeiras. Dos cachorros e do Castelo do Barão de Petrópolis, quinhentos metros a frente quem vai em direção a Pedro do Rio.A casa das férias, dos batizados, dos aniversário, dos almoços de verão, dos amigos, dos primos.Das intermináveis partidas de baralho quando a chuva insistia em cair em Janeiro.Dos balanços e da amarelinha. Das codornas e das mágicas do vô Lito.Do tio Lelo e da empregada Neuza. Aquela que desmaiava com a enceradeira ligada e Marina achava o máximo.Do " tá de Cabuti?" e do War.Do Detetive e do Master. Eh... a vida tem seu vies lúdico....
          As crianças cresceram. As maiores se foram. A casa esvaziou. A empregada não é mais a mesma, assim como a casa não é. Embora hoje, se um dos frequentadores antigos passar por lá, ainda a reconhecerá, pois com excessão do portão, tudo continua igual. A mesma estrada, a mesma casa, as mesmas flores, o mesmo jardim.Ilse completaria... " Mas estou triste porque não tenho voce perto de mim", agora se vê uma tabuleta no portão com o novo nome da casa. A minha casa de campo.Sítio do arco da velha. Afinal, seu João me contou que a casa tem cinquenta anos. E o chalé que beira a casinha de bonecas e a piscina, hoje se chama Chalé Nyübu.
           Como não se vive só de pasado e viver só de futuro pode gerar frustração, diria que hoje é o lugar onde vou com o Negão e papai, quando preciso ver a vida da serra,com seu rítmo preguiçoso  quase amoroso, com suas lojas abrindo nos horários  mais diversos possíveis. Onde o carrinho que entrega o gás toca uma musiquinha tão suave quanto uma lullaby.Um lugar com rítmo próprio.Um lugar aposentado !!! E, por que não, para me sentir em casa. Ou ir ao Alemão, ou ao Farfarello e comer aquele raviolli com recheio de figo seco, ou à Majórica,ou à feirinha, ou à rua Teresa, ou aos brechós e antiquários, ou no Seu João,ou à Luiz Salvador ver as últimas tendencias da ceramica portuguesa, ou ao horto Municipal, ou ao Parro do Valentim, mais antigo restaurante portugues, ou  fotografar a Granja Brasil. Ir à Rainha de Bom Sucesso tomar café da manhã, ou ao Katz,ou à casa de Célia, ou à Sunguardian trocar ideias com Marta, a proprietária. Ir ao Altair ver meus comerciantes favoritos. Aqueles que demoram de vinte a quarenta minutos para te entregar os edredons que vc levou para lavar.Ir ao Ailton e filhos comprar foccacia para o lanche. Aquela gente de lá gosta de prosa. Quiçá toma um café ou uma Coca com a gente.Ou avisa onde a lenha está mais barata. Isso não tem preço!!! Dia destes fui na Refazendo, uma costureira. Pedi a ela que transformasse uma cortina em duas pequenas.Além disso havia um pedacinho de tres centímetros que ela deveria desmanchar. Quando fui buscar a costura percebemos que a moça tinha esquecido de desmanchar o cantinho da peça. Disse a ela que não teria problema porque eu desmancharia em casa. Frustrada por não ter feito o serviço completo me deu um retros de linha branca fechado e uma agulha dizendo que seria cortesia da casa por ter cobrado o pequeno serviço e ter esquecido do mesmo. Eu pergunto... Em que outro lugar isso acontece além de em Itaipava. Itaipava..... onde vou para o quintal colher folha seca ou replantar algo. Consertar alguma cerca, pintar alguma parede, ou arrumar a casa  para Janeiro. Se o mes é o de Julho posso assistir a procissão de São Cristovão ali do meu portão .Onde posso contar meus amigos ,meus livros, meus discos e nada mais.Lá lá lá . Lá lá lá. Lá lá lá.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

As Clarissas já podem se aposentar. Lalá tá na área!

               uauuuuuuuuuuu! Preciso gritar aos quatro ventos que minha neta Larissa Oliveira, a Lalá Metralha, para mim, fez um blog. Estou orgulhosa! Lalá é o cão na escrita. Verdadeira aprendiz das letras. Vale a pena conferir os textos  Entender  e Disparidade. Parabéns Lalá e , Gennnnnnnnte, parabéns para mim também. Afinal nem toda vovó tem uma neta blogueira.Não to cabendo em mim. Todos precisam saber.
               A todos ,que já sei que vão conferir, segue o endereço: mileumainvencoes.blogspot.com.
               Minha neta! Minha fiel seguidora. Que os anjos digam Amém.
               Lálaplex! A mais bonita moça da cidade!!

Eu, bandoleiro(a)

         Ana voce me diz, no email, que parece "pato". Que gosta de andar em bando. Eu sabia que voce me lembrava algo mais. Agora veio a lembrança dos ciganos da minha infancia. Eles eram muito comuns na década de 6o em Niterói. Minha mãe nos prevenia para nos afastarmos deles. Eu não conseguia. Tava sempre puxando conversa com aquelas pessoas fascinantes. Achava lindo as mulheres multi coloridas com chales e adereços de toda espécie. E amava suas músicas.Suas guitarras e danças. Eles me transmitiam a leveza, que nós consumistas, não conseguimos ter. A liberdade.Não se escravizam. Hoje aqui, amanhã acolá. Já pensou que delícia? Voce, amiga tem cara de cigana, de bandoleira. Me fez lembrar Ney Matogrosso em Bandoleiro. Te respondo que es meio que Maroca, que tem fome de gente.Agora feche os olhos e misture as sequintes imagens: Loba, cigana, selvagem , artista e aprendiz da vida. Veja como tudo junto forma trechos da música.
          Fossem ciganos a levantar poeira
          A misturar as patas
          Terras de outras terras, ares de outras matas
          Eu, bandoleiro, no meu cavalo alado
          Na mão direita o fado
          Jogando sementes nos campos da mente (pode ter frase mais Ana?)
          E se falasses magia, sonho e fantasia
          E se falasses encanto, quebranto, feitiço, transe, viagem
          Ana, bandoleira.........................
          Aúúúúúú

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Minha Terra tava aguada

      
         Todos temos os quatro elementos atuando dentro de nós. Às vezes equilibradamente, às vezes, não. Na segunda hipótese convém que corramos atrás do reequilíbrio. O Fogo(paixão pela vida, entusiasmo). O Ar (sonhos, projetos, ideias). A Água (emoção, adaptabilidade, fluidez). A Terra (o chão, a base, para que os projetos saiam do papel, a busca do trabalho, do material). E por aí vai. Resumi, resumidíssimo, filha.
          Pois é, eu sabia que ar e fogo estavam bem; afinal, escrever, pintar fazem parte do Ar em nós. Sabe quando durante o almoço , por exemplo, vem um texto? É Ar.nFogo porque sou sagitariana e porque tenho entusiasmo por tudo que é novidade. Não me dou ao luxo de ver as coisas esmurecerem com frequencia. Me pego defendendo com paixão minhas idéias. Fogo e Ar. Legal. A Água é adaptabilidade. Deixar-se ir mais pela emoção. Meio que "vida leva eu". Mas não é legal se estivermos com pouca Terra, ou nos contendo um pouco. Terra solta, a água da chuva leva, né?
          Pois bem. Minha água estava além do círculo do gráfico e minha Terra, aquém. É a Terra que nos dá o pão de cada dia e o nosso lugar no mundo. Acho que andei me encolhendo, no sentido de por pouco limite. Andei mais emoção do que razão. É que ser mental o tempo todo me cansa. Escapulo, então para a fantasia. Foi sempre asim. Sou ensimesmada desde sempre.
          Sabe aquele quadro lá de casa que tem as duas mulheres e o lobo? Um que outro dia o Dudu perguntou qual era a mensagem?São as duas faces de uma mesma mulher. Alguém que conheço bem. Uma delas está olhando para frente. Terra, objetivos materiais, o estar na vida. A outra olha para o céu. Sonhadora.As coisas do espírito. É a minha favorita. Tem uma flor na mão, simbolizando a alma.
          Então, digamos que estou mais para o sonho do que para o feijão. Já fui muito feijão na vida, filha. Quando era sozinha com vocês. Tinha o Fogo e a Terra equilibrados, o que proporcionou a realização material. Conseguimos tocar a vida, trabalhando, estudando, comcretizando projetos.
          Aí a vida me trouxe o Negão. Casei, mudei e descansei. Talvez demais. Deixei que ele tomasse a frente da nossa vida prática. Onde se lênossa, entenda minha, tbém.
          Veja , por exemplo, a  dificuldade de prestar atenção quando estou contigo no Blog. Ar demais, filha. Difícil aterrizar. Lembra do arquétipo do sagitariano? O centauro (Terra) mas com a flecha apontando para o céu. A Terra buscando o mistério, o sonho, o inexplicado. Sua vinculação é vertical. Ou seja, espiritual.
          Enfim, concordo com Monica e Magali. Magali é professora de Fisiologia do movimento na escola de Biodança de Brasília e Monica, para mim é professora de Emoção e Razão, a busca do equilíbrio.Fora a bagagem curricular das duas soma-se muita perspicácia e assertividade. Muito feeling. E a filmagem confirma.
          Agora, fala sério! Já imaginou eu um pouco mais inflexível? Contendo mais os outros?kkk. Cruz credo, não sei o que isso pode virar. kkk, Só experimentando para saber. Me aguarde!!!
          Resenha de um email trocado com minha co autora sobre uma jornada da qual tomei parte dia desses.Aterrizannnnnnnnnndo!!! Aterrannnnnnnnnnnnndo!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Há que ser ver La Vie en Rose

  Desde sempre gostei de Edith Piaf. Já reparou como é contagiante ouvir La vie en rose? Parece hino. Não sai de moda. É atemporal. Do momento em que se ouve todo mundo canta junto. E ainda tem gente que diz: A vida não é um mar de rosas. A flor. Concordo que não seja, sempre. Mas, é frequentemente. Depende das lentes que escolhamos usar. Tenho um amigo astrólogo, Rolf Eiras, que costuma dizer que quando ele nasceu um anjo colocou um par de óculos de lentes cor de rosa nele. E considera que isto facilitou muita coisa para si. Por que ver tudo em preto e branc
    No último final de semana estive em um workshop de Biodança para trabalhar os 4 elementos da natureza.Trabalho belíssimo. Sério. Intenso. Receitinha que dá certo! Junta-se estes elementos e”dá liga”! A sensação foi de “estar nos braços seus e ver a vida cor de rosa”. Os trabalhos foram feitos na natureza, ao ar livre, na Vida Mansa. Luiz, o dono da chácara nos falou depois que as cozinheiras quase atrasaram o almoço porque da janela da cozinha ficaram assistindo e achando tudo muito lindo, diferente. Será por isso que capricharam na comida? Sei não, o tempero da comida de lá sempre foi bom.
    Para os desavisados a Vida Mansa é um santuário ecológico. Uma chácara que é referência em acolhimento, que recebe grupos para trabalhos diversos. Mônica e Magali sempre fazem os 4 elementos lá. Começamos, pela manhã, por trabalhar a Água. Depois a Terra. À noite o Fogo, em volta de uma fogueira, e, no domingo pela manhã o Ar. E para integrá-los, no final, os quatro juntos dançamos, ao mesmo tempo, diáfana (Ar), com peso (Terra), lastrante (Fogo) e fluídica (Água). Já comentei anteriormente o feeling musical de Mônica Filizola. Assertivamente terminou os trabalhos com a dita dança embalada por, nada mais nada menos que, La vie em rose! Não deu pra quem quis. Love was in the air! Dançamos o quinto elemento, que segundo dizem é o Amor.
    Para quem gosta da música. Tem no Youtube. É uma gravação moderna. Um cover por Grace Jones. Imperdível, diga-se de passagem. Do mesmo modo que considero imperdível tentar ver La vie em rose. Não precisa concordar, experimente.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Como uma onda...

          
    Marrroooooca kd vc? Aí vai o email de amor que vc pediu.
           Ontem na Bio a Cecília comentou que na  semana anterior Monica fora muito feliz ao dizer que temos que fazer um pacto com a alegria. Tipo não abro mão de ser alegre. Pensei. Tenho sido muito feliz e quase sempre alegre.
           Este ano foi o ano da aproximação filial. Um ano que eu ofereceria, sem dúvida à Deméter.De empatia materno filial. De compaixão. Por um lado me aproximei mais de vc. Ou foi vc que se aproximou mais de mim? Não que seja urgente sabermos a resposta agora. Nos uninos por conta das tristezas e abandonos vivenciados. Talvez sejamos da teoria que onde estiver mais de um reunidos sofrendo, as preces serão atendidas mais rapidamente. Percebeu que a dor era uma só? Já com a Bia foi porque ela esteve de licença maternidade e pudemos ficar mais tempo juntas. Muita troca. Muito riso.Muita afinidade. Muitas descobertas.Muitas postagens.Muitos braços doídos. Muita escuta, ainda que silenciosa. Aliás a verdadeira escuta chega antes da palavra dita e, às  vezes permanece um tempo, mergulhando então em silencio. Um silencio pungente e urgente de ouvidos, daqueles que parece gritar por socorro, não é mesmo, filha?
         Segundo semestre chegou. Alguns dias atrás, falávamos que queríamos ver o ano pelas costas. Claro que veremos, pois o calendário segue seu fluxo, não se rendendo aos nossos caprichos..Mas me pego esperando a bonança que, segundo dizem, vem depois da tempestade. A física quantica nos convence que a vida segue como uma onda. To lembrando Lulu Santos. ...Num indo e vindo infinito....Se  este ano estivemos engolindo água salgada num "caixote" geral, daqueles que nos arranca a parte de cima do biquini e nos estatela  com a parte de baixo cheia de areia, acredite, filha, que tá chegando a hora de "ocuparmos nosso tão merecido lugar na "crista" da onda. Faz ideia de quão Surfing  isto pode ser?... Não adianta fugir nem mentir pra si mesmo agora. Tem tanta vida lá fora...
         De minha parte vou tentar voltar para o maiôt inteiro. Já me expus demais. Chega de mico e chega de lágrimas.Ou optamos pela alegria agora ou esperamos a próxima onda. E, lembre-se ela tem dois momentos, como já falamos. Melhor então curtir a crista agora do que ver esta história se repetir ad eternamente até que um dia , já não usando mais biquinis o caixote nos leve a dentadura. Essa não! Já vi esta cena na praia. E não é nem um pouco interessante. Não gostaria de protagonizá-la. Jamais!!! Tudo bem que a vida seja um palco , mas prefiro o papel de Vovó Delícia...Balaaaaaaaaaaaaaaio

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Não nascemos prontos


         Parece que estou ouvindo a voz de minha mãe. “Angela, minha filha, devagar e sempre se vai longe.”Ok. Mais do que entender, eu compreendi a mensagem. Não se está pronto de uma hora para outra. Se é que um dia estivemos ou estaremos.
        É a possibilidade que me faz continuar e não a certeza. Explico. Se tenho certeza de que estou pronta, cruzo os braços e não faço mais nada por mim. Assim, empobreço, encurto, emburreço. Não mereço subtrair-me. Ninguém merece. Por outro lado se vislumbro uma pequena possibilidade e acredito nela, corro atrás e então espalho-me, alargo-me, cresço.
        Gosto de filosofia. E gosto mais ainda porque ela encara o ser humano como uma obra incompleta, inacabada. Cortella prega que o homem não nasce homem, ele se faz homem. Sócrates já dizia o mesmo quatrocentos anos antes de Cristo. Aprecio Leonardo Boff quando diz que o ser humano é um projeto infinito. Como posso, um dia, olhar para meu filho e considerá-lo concluído? Iludir me pensando: Pronto! Tá feito! Do mesmo modo que a gente termina de pintar um quadro e assina? Ou acaba de preparar um jantar e o desfruta com amigos?
        Monica Filizola, facilitadora de Biodança, diz que o oposto do amor é o medo e não o ódio, porque o medo nos paralisa, nos congela e o amor nos leva ao movimento, a busca, a concretização de nossos projetos. Quem não quer sentir-se vivo? Na engrenagem? No“ pão nosso de cada dia” ? Entenda-se “ na vivencia nossa de cada dia”?
        Não é que eu queira. Eu preciso estar na vida, ou o alemão me pega. Logo eu? Sagitariana? Elemento fogo? Se posso atear fogo no “rabo” alheio, tenho que poder atear no meu dito. Também! Me recuso a deitar no sofá. Gostaria que, quando eu morresse, as pessoas dissessem... “Logo agora que ela queria...”
        O grande desafio do ser humano é resistir à sedução do repouso, pois nascemos para caminhar e não para estagnar, pois se queremos crescer,não podemos nos satisfazer com as coisas como estão. É bom nos conscientizarmos de uma vez por todas que leva-se muito tempo para sermos o que nos propomos ser. 
Yung dizia que só podemos levar o outro até onde já fomos. Não nos conformemos em ser galinha. Queiramos ser águia. Infinitas são as possibilidades. Mais do que superar o nosso vizinho, precisamos superarmos à nós mesmos. Ou corremos o risco de ao nos perguntarem- Qual é a tua obra? Nos sintamos embaraçados ou pequenos. Amém?

Mulheres que correm com os lobos


       
       Tenho uma amiga muito querida, que me deu uma prova de sua amizade por mim: me deu um livro de presente.
        Ângela d'Frias (só no sobrenome) me deu o livro "Mulheres que correm com os lobos", de Clarissa Pinkola Estés, que, na minha opinião, deveria ser leitura obrigatória para as mulheres, todas! Para homens tb. Mas as mulheres deveriam começar assim que aprendessem a ler, antes de qualquer cartilha, catecismos, etc. Uma das coisas das quais ele nos convence é que nem tudo é o que parece ser, inclusive, o próprio livro, que vc pode pensar se tratar de mais um "auto-ajuda", mas não é! É estudo e pesquisa científica; não é ficção, invencionices; não é religioso, nem contra; é resgate!
        Eu sempre agradeço à minha mãe pela mulher que sou, agora agradeço à Ângela pela mulher que serei daqui por diante.
        Pode ler, é lindo!!!!!!!!!!!
        Aúúúúúú´....hehehe....

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

De quando queria ser palhaço

   Email de Ana Austin. São as fotos que ela, gentilmente, ficou de escaniar para mim. Fotos da minha infância. De quando queria ser palhaço. Percebo-me relembrando fatos ocorridos quando tinha seis anos. Do amiguinho que eu amava que era filho de nossa faxineira.
       Quem não se lembra do circo que pegou fogo em Niterói? Eu, meu irmão e os dois filhos da Dona Eucléria teríamos ido ao circo naquele dia, se ela não fosse pobre. E minha mãe solidária. Explico melhor. Amávamos o Fred e o Carequinha. Dois palhaços da época. Dias antes o marido da Dona Eucléria me perguntara o que eu queria ser quando crescesse. Respondi que queria ser palhaço de circo.  Assim nossas mães prometeram nos levar ao circo. Mas, felizmente o salário do Sr Almir, marido da dona Eucléria ,acabou assim que ele comprou o arroz e o feijão pro mês. Sem graça ela veio dizer à minha mãe que seus filhos não iriam. O que fez mamãe trocar nosso circo por algumas pipocas no quintal. Justo naquele dia o circo pegou fogo matando 500 pessoas. Uma tragédia. Minha mãe ficou anos agradecendo a pobreza da amiga.
       Voltando às fotos lembro dos tempos idos, de minha mãe, dos meus amiguinhos, de meu irmão. Alguém disse que a criança é a mãe da mulher. Hoje vejo que realmente foi a criança que fui que cunhou a mulher que sou. O mesmo riso. A mesma esperança de quem acredita numa outra vez. Aquela que, em tempos difíceis, ainda hoje  me sustenta.
         Numa época muito difícil para mim, meu terapeuta me ensinou um ritual simples. Eu teria que ter uma foto  de quando era criança no meu quarto e  recorrer a ela todas as vezes que o mundo me magoasse. É uma experiência incrível. Quando olhamos para a criança que fomos um dia, algo nos fala à alma. É uma tomada de consciência. Olhamos para a foto e percebemos que precisamos cuidar melhor de nós mesmos. Ou, não permitir que nos magoem tanto. É claro que a vida segue e outras mágoas virão, mas a nossa atitude de cuidar da nossa criança é reforçada toda  vez que voltamos a ela.
         Os rituais, como os arquétipos, tem força própria. To lembrando Bookends. Música de Simon e Garfunkel . ..Time it was. And what a time it was. A time of innocence. A time of confidences. I have a photograph. Preserve your memories...
      Revendo as fotos me pergunto o que o olhar, ao mesmo tempo inocente e confiante daquela criança, traduzia. Me vem a resposta: Quero ser palhaço!
Foto de Carequinha, "O palhaço!" da minha infancia.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Acordemos! É tempo de inclusão




  Tempo de agregar. É. Quem quer ficar de fora da festa? Chegar e ver que não foi esperado? Não ser incluído no pacote, seja este qual for? Ser execrado pela cor, idade, crenças, opinião? Quem não se lembra da Censura? Quantas músicas e textos belíssimos foram escritos na dor de um exílio? Chico e Neruda o digam.
    Ser excluído do convívio familiar, da pátria natal, de um grande amor. Não é mole não. A exclusão desampara. Machuca. Dói demais!
   Por mais que a vida tente nos ensinar a aproveitar as oportunidades, ainda que de maneira lúdica, quem se sentiu bem após ter dançado a dança das cadeiras  e se viu de pé com aquela cara de: sobrei. Logo eu? Ou quando nos jogos com os primos ou vizinhos escutou um “Tá fora!” Eu, particularmente não gosto nem de lembrar. Já disse Bert Hellinger no seu livro “Um lugar para os excluídos” que no centro sentimos leveza. Quero correr para o centro e me sentir como no ninho da Biodança. Acolhida, respeitada, cuidada, aceita. Perceber que o outro está disposto a ouvir o meu silêncio numa atitude de escuta. Que tá comigo e não abre.
   Os mais conservadores que nos perdoem, mas ser feliz é fundamental e nos sentimos imensamente felizes quando podemos ser nós mesmos .É assim comigo. Quando opto pela coerência comigo mesma. Sinto-me tão bem quando me respeito e então não obedeço. Preciso Lya Luftiar-me mais! Ir ao centro da roda e dançar o “Eis-me” assim como sou. Sombra e luz, mais sombra que luz, avesso e direito, temperança e destempero geral, dores e delícias e saber que ninguém vai me excluir porque estou triste, envelheci, falei alto demais, comi algo calórico ou não ri de maneira contida, como manda o figurino. Aliás, o figurino já caducou! Não existe mais. Deixemos de saudosismos! A vida é dinâmica e dinâmicos esforcemo-nos para ser. Façamos nossas escolhas sem medo de parecermos ridículos. O medo paralisa. Não podemos nos dar este luxo. Arrisquemo-nos, pois. Do mais é tudo muito simples. Muito leve.
    É caminhar contra o vento sem lenço e sem documento num sol de quase dezembro e conseguir gritar: EU VOU! É ousar olhar para trás e ver que não se está só. É ousar ouvir em uníssono : ONDE VOCÊ FOR QUERO SER SEU PAR!!! Ai de mim, quem dera!!!



terça-feira, 10 de agosto de 2010

Clarissando


Saudades (Clarice Lispector)

"Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
Que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades

Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Sinto saudades dos que se foram"

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Clarissando, again... (Homenagem a Emília Gaumitz)

        
       Há uma época em nossa vida, geralmente na metade da vida, em que precisamos tomar uma decisão- possivelmente a decisão psíquica mais importante para nossa vida futura- a respeito de nos tornarmos amargas ou não. As mulheres costumam chegar a este estágio num ponto em que estão "cheias até a raiz dos cabelos". Seus sonhos de quando tinham vinte anos podem estar jogados de qualquer jeito. Pode haver corações partidos, casamentos desfeitos, promessas esquecidas.
        Qualquer um que viva muito acumula lixo. Não há como evitá-lo. No entanto, se a mulher quiser voltar à sua natureza instintiva em vez de mergulhar numa atitude amarga ela renascerá revitalizada. Nascem ninhadas de lobos todos os anos. Geralmente são uns bichinhos de pelagem escura, de olhos ainda fechados, cobertos de terra e palha, mas de imediato estão alerta, brincalhões e amorosos, querendo a proximidade e o carinho. A mulher que volta à mulher selvagem também voltará à vida. Ela vai querer brincar. Ela vai ainda  querer  crescer.Mas antes, é preciso que haja uma purificação.
      Se você alguma vez viajou por estradas do México ou até mesmo do Brasil, terá visto pequenas cruzes brancas junto à estrada. São os descansos, sepulturas.
      Os descansos são símbolos que registram uma morte. Bem ali, exatamente naquele ponto, a jornada de alguém pela vida a fora foi interrompida inesperadamente.
      Antes de completarem vinte anos, as mulheres já morreram centenas de mortes. Elas iam numa direção ou noutra e foram impedidas de prosseguir. Tinham sonhos e esperanças, que também foram cortados na raíz. Qualquer uma que não concorde é porque está dormindo. Todas essas mortes podem passar pelo processo dos descansos.
      Criar  descansos significa examinar sua vida e marcar os pontos em que ocorreram as pequenas  e/ou  as grandes mortes. Gosto de traçar uma linha cronológica da vida da mulher numa longa faixa de papel longo e assinalar com uma cruz ao longo dessa linha, da infância até o presente, os pontos em que morreram aspectos e partes do seu self e da sua vida.
      Assinalamos a ocasião em que se optou por não seguir por uma determinada estrada, caminhos que foram obstruídos, emboscadas, traições e mortes. Desenho uma pequena cruz na linha cronológica nos pontos que deveriam ter sido pranteados ou que ainda precisam sê-lo. Também escrevo “Esquecido” naqueles pontos que a mulher pressente mas que ainda não vieram à tona. Também escrevo “perdoado” acima dos fatos de que a mulher já praticamente se liberou.
       Recomendo que vc faça descansos, que se sente com uma linha cronológica da sua vida e diga “Onde estão as cruzes? Onde estão os pontos que devem ser lembrados, que devem ser abençoados?” Em todos eles há significados que você trouxe até a sua vida atual. Eles precisam ser lembrados,mas ao mesmo tempo precisam ser esquecidos. Leva tempo. Exige paciência.
        Descansos é uma técnica consciente que se compadece dos mortos órfãos da psique e lhes presta homenagem, sepultando-os afinal.
        Seja boa para si mesma e crie descansos. Eles assinalam os locais das mortes, os tempos sombrios, mas eles também são cartazes de amor ao seu sofrimento. Eles são transformadores. Há muitas vantagens em prender certas coisas à terra para que elas não saiam nos perseguindo. Há muitas vantagens em sepultá-las.

        (Resenha de um texto de Clarissa Pinkola Estés em Mulheres que correm com os lobos.)




domingo, 8 de agosto de 2010

Reflexões Yunguianas

      
       
      Prefiro ser inteiro do que bom ! Ser bom sem ser inteiro, sem abraçar meu lado sombra seria um engodo!!! Não posso continuar me enganando, se é que um dia consegui. Quero e preciso mostrar a minha cara e ver quem paga para ela ficar bem. Já chega o tempo em que andei me escondendo de mim mesma . E que eu seja perdoada porque metade de mim é amor e a outra metade? As vezes, tbém(?)
       Amor muitas vezes distorcido, mas ainda assim amor... Amor manco, mas ainda assim amor....Estes últimos tempos eu tentei ser (ficar) inteira. Mas assim optando, posso ter deixado de ser boa para alguém. Fazer o que? Não posso abrir mão de mim...Já fiz isto outras vezes, não deu certo. A gente aprende, como dizia Shakespeare, com o tempo a gente aprende. Bem pontuou Clarisse Lispector na frase: E se voce me achar estranha, me respeite. Até eu tive que aprender a conviver comigo. E sei eu a que duras penas!!! Dias sim, dias não, a gente vai sobrevivendo nem que seja pagando pra ver. Chegar ao ponto de se enxergar como protagonista e expectadora de si mesma. Meio que Gilberto Gil quando cantou: ... andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar...Melhor ser inteiro. De que vale ser bom pelas metades? Logo eu? Ah ... eu quero aprender a andar na chuva. Vai que amanhã o guardachuva quebra!!!
"Não existe nenhuma dificuldade em mim que não seja exclusivamente eu mesmo". C.G. Yung
"Todos nós nascemos originais e morremos cópias"
"Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro acorda"

To um pote até aqui de mágoa!

Primeiras horas:
Alo!
Mãe? Tudo bem?
Tudo. O que foi?
Acabou.
De novo? Como?
Por mensagem...quero jogar o celular no lago!
Joga não! To chegando.
Me conta
Me deu um tubishi! Ai, mãe. Tá doendo.
Se é que consola, vai passar.
Quando? To um pote de mágoa
Sei não, quer dizer, logo! Confia!
Quero conversar. Quero dormir. Esquecer.Sumir.
Fala, to ouvindo.

Dia seguinte:
Melhorou?
Um cadinho.
Dormiu?
Hum hum
Qualquer coisa liga...


Dois dias depois:
E aí?
Ta doendo. To rezando.
Faça isso. Quer sair?
Não.
Fica bem. E liga. A qualquer hora...


Terceiro dia:
Maroca?
Oi mãe. Tudo bem? Como é que vc tá?
Going!
Foi na Bio?
Claro!
Ah... tá melhorzinha, né?
As coisas se acalmam, filha. Tenho fé. A gente supera.

Uma semana:
E aí?
Mãe? To. To mais tranquilinha.
É como um barco à deriva se afastando do cáis lentamente.
Com certeza. É. Eu sei.
Qualquer coisa, grita. Não desiste de vc.
Pode deixar.
Quer ir ao cinema?
Hoje não, vou sair com a Dani.
Isso. Põe a tua atenção no que te nutre.
A gente está onde se coloca, não é mesmo?
É isso, mãe. Eu te amo, tá?
Eu também. E filha, Obrigada!

Tempos depois:
Vc tá bem, né?
To. Ainda lembro, sabe, mas dói menos.
Isso. Fica com o que foi bom.
E a gente não foi ver aquele por do sol.
Quer ir agora?
Bora!!!

Assistindo ao por do sol:
Cade o pote?
Que pote?
O cheio de mágoa?
Quebrou. (risos)
Cade a mágoa?
O boi bebeu...
Antes assim!

Toca o celular: Oi, amiga! Que isso? Fica calma, to chegando.Fui...
Fui...

Jully flagrada por papparazzis...

       
        Engana-se quem pensa que apenas nasceu! Assim como Amanda estreou. Sabe como é o primeiro tudo (filho, neto, afilhado). A família faz com que seja parecido com estrea de novela da Globo. E, dependendo da família, na segunda, também!
        Júlia, tal como Amanda, virou de cambalhota e encaixou uma semana antes. Sendo assim a família teve tempo de ir acostumando- se com a idéia. É hoje, é amanhã passaram-se uns dias até que numa tarde vovó se vestia para ir ter com uma amiga quando mamãe ligou dizendo que estavam começando as cólicas. Daí para o consultório da amiga Dra Giovanna foi uma questão de duas horinhas.
       Ali pelas cinco escutamos dela que nos encontraria no hospital por volta das oito da noite. Tudo calmo. Bia foi para casa por Amandinha para dormir e depois foi tranqüila, ou menos tensa do que da primeira vez, para o Santa Luzia com Dudu.
       Às nove da noite vovó, vovô e tia Marina chegaram e ainda pegaram Bia no quarto, para só depois de meia hora subir para o centro obstétrico. Telefonemas, apreensão num sentimento de agora! Ou já já! Subimos também.
       Para quem não sabe a sala de espera tem sofá para os que conseguem sentar por mais de cinco minutos numa situação destas, televisão para os que conseguem se concentrar na novela e água. Como se bebe água ! O que mais fazer? E uma janela envidraçada com persiana fechada que só se abre na hora que o pai, lá de dentro, se lembra da turma lá de fora e nos mostra o bebe. Um pouco depois das dez chegou o Negão (vindo da Biodança). E aí? Aí nada.
      Oito olhos fixavam a janela. Nada. Uma taróloga havia previsto há pouquíssimo tempo, que eu ainda teria um neto homem. Olho para a Marina e pensamos a mesma coisa. Por que a demora? Serão dois? Contamos ao Zé; ele porém tem um palpite diferente. Acha que Dudu pode ter desmaiado lá dentro! Risos... Zuzu (a madrinha) liga e nada temos a dizer. Pobre Zuzu. Foi por pouco.
     Pura ironia, dez minutos depois a janela se abre. Sabe a entrega de Oscar quando os artistas vão chegando ao teatro e só se vê flashes de fotógrafos? Pois é. Tava achando estranho tudo tão calmo, tão civilizado. Os quatro paparazzis grudam no vidro da janela e empunhando celulares fotografam Júlia em seu primeiro momento de intimidade. Ainda pelada! Ufa! Estreou! A cara da Bia! Vamos descer! Vamos para o quarto! Liga pra Zuzu! Minha bateria acabou! Vc não tem o número dela? Tudo bem, Dudu avisa. Mas foi por pouco! Que elevador que não chega! To com fome! Vc ainda consegue comer numa hora destas? Fazer mais o que? Melhor comer do que encher a cara!Tão chegando! Aí vem elas!Uma bagunça! Alegria e emoção . “ Vamos nessa!?” Ainda vamos comer algo. Algo assim como um Mac? Pergunta Dudu. Também to com fome! Tá bom ! A gente te trás um lanche!!! Fazer o que ? Há que se comemorar! (ou, sejamos francos , matar a fome!)Amanhã a gente volta! Olho para a plaquinha na porta do quadro e comento com uma enfermeira que passava. Minha neta! A segunda!Mãaaaaaaaaaaaaaeee! O elevador!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A ciranda das mulheres sábias

       
      Cirandando dia desses por email com Ana Austin sobre vaidade, auto conhecimento e crescimento pessoal minha nova “amiga de infância” concluiu de maneira magistral, como sempre . E como o que é bonito é para se mostrar...Abram alas! Com vocês, I proudly present Sua excelência a sabedoria de vida.

...”Isso é verdade... Mas, fazer o quê? Não procurei isso, não fiz terapia. Uma vez inventei de fazer psicanálise e o cara me deu alta; disse que se eu queria gastar meu dinheiro procurasse outra atividade, porque eu não estaria precisando daquilo ali. Às vezes me assisto entendendo as coisas, dizem que é a tal clareza. Outras vezes vejo em mim as coisas que não gosto nas outras pessoas, aí, tenho que dar um jeito. Pior quando vejo nas outras pessoas coisas que admiro tanto mas não consigo fazer. Isso pesa pra burro. Ter certeza das limitações e de que elas aumentam a cada dia é duro! Ter que sair compensando uma coisa com a outra, precisa coragem. Ter na cabeça um imagem e ver outra no espelho...ái!!! e ainda assim se descobrir bonita...dá trabalho. Mas, se não for assim, como seria? Teria que sair procurando fora de mim todas as certezas, as compensações e coragem? Não gosto! Tem que vir de dentro mesmo. Da minha competência, da minha responsabilidade; coisas que eu conheça e saiba explicar. Ninguém vai me dizer o que eu sou, eu já sei disso. Mas presto atenção nas pessoas em quem confio e admiro; essas sempre me dão alguma coisa, me ajudam, me agregam valores que ainda não tenho. Por isso, não tem jeito...Tadinhas mesmo.”

Créditos a ela!!!

domingo, 1 de agosto de 2010

Dá chá para nenem, dá!

       
      A vida é dinâmica, o tempo não para, o mundo gira. Novidade, novidade, novidade. O que fizemos ontem, já caducou hoje. Que aflição! A cada geração vestimos fraldas em bebes de maneira diversa da anterior. Tudo mudando, tudo mutante. To com saudade da constancia, quero dizer, de ter por exemplo um mesmo sapato de festas há anos e contar com ele mais uma vez. Tão prático quanto um homem se vestindo para um casamento. Oh inveja! Enquanto estamos no cabelereiro nos Christiandiorizando os homens já correram no parque, lavaram o carro, tomaram um chopp e estão lendo o jornal! Fácil demais!
       Mas falemos dos pequeninos. Peito hoje, mamadeira amanhã, copinho descartável depois de amanhã. As pobres bebezinhas ( Manu da Vera e Amanda) mamaram num copinho descartável. É mole? Não podem comer doces. Mc Maravilha, só de vez em quando. Ficar descalço a que horas? Até quando estão em casa tem chinelo, pantufa, sandalhinha, tennis, sapatos, crocs e uma coleção de havaianas.
         Júlia só toma leite. E de soja , porque já se pressupõe que ela pode ter alergia ao velho amigo, irmão camarada Sua majestade o leite Ninho. Há quinze dias começou com os suquinhos. De laranja lima. Tudo bem. Dr Joao é o máximo. Em todos os sentidos. Sabe das coisas.Mas que banzé que virou criar um filho! Pode, não pode. O médico deixa, o médico não deixa. A dentista escolhe a bala que seu filho pode chupar. Mastigar não é legal. Ai que saudade do chazinho, da água de coco e do mingau!
         Envelheci e não percebi.Vera já tinha me prevenido quando eu estava para ser vovó que eu mantivesse a boca calada, considerando sua prévia experiência de ser vovó da Manu e do Heitor , dois anjos lindos! Mesmo que a gente queira passar as tradições de mãe para filha, a coisa agora é toda profissionalizada, intelectualizada e amparada por lei. Fim de papo.
       Júlia tem cólicas, mas não pode tomar chazinho, tadinha. Vovó insiste, joga indireta, manda email falando do efeito benéfico da Camomila nas crianças. Nada. Mamãe Bia não dá. Lembro de minha mãe indo à feira comprar a florzinha de Camomila para o chá dela. Tem nada não. O natal vem aí e quando eu for escrever a cartinha por ela vou pedir a “ Santa” que lhe traga um chazinho. Se ele não atender, porque à s vezes o velhinho parece ter Alzheimer ,quem sabe eu apelo para uma novena pedindo que apareça alguma matéria na Pais e Filhos ou no Fantástico reinventando o chazinho e ele vai para o trono outra vez? Milagres acontecem...Eles já não saíram da sofisticada banheirinha e voltaram a banharem-se no velho balde? E vamos que vamos...É o progresso...